terça-feira, 15 de março de 2011

Ciência da Meditação

Do livro: A Ciência da Meditação
Rohit Mehta
Editora Teosófica – Brasília – DF
Janeiro/2009
Páginas: 26, 27, 28, 29, 30 e 31.

[...] O cérebro humano, como está constituído hoje, pode estar perdendo muitas das transmissões enviadas pela estação de rádio que é a mente humana. O professor Penfield, que é uma grande autoridade em cérebro humano, enquanto concorda que haja muitos mecanismos demonstráveis no cérebro que funcionam de modo bem mecânico quando chamados à ação, pergunta:

      Mas qual é o agente que requisita estes mecanismos, escolhendo um em detrimento de outro? Será um outro mecanismo ou existe na mente algo de essência diferente?... Concluindo, deve-se dizer que não existe ainda qualquer prova científica de que o cérebro possa controlar a mente ou explica-la completamente. As suposições dos materialistas jamais foram consubstanciadas.

            A afirmação acima, feita por alguém que é uma autoridade no assunto cérebro humano, indica a necessidade de se postular a existência de alguma entidade que tenha o poder de pôr um mecanismo cerebral em movimento em detrimento de outro tal mecanismo, como um dispositivo mais adequado para ir ao encontro das necessidades de um estímulo recebido ou um desafio imposto pela vida. Vivemos numa era de computação mecânica onde têm sido produzidos computadores memoráveis que resolvem intrincados problemas em questão de poucos segundos ou minutos. Embora isso seja verdade, ainda não foi desenvolvido um computador estabelecedor de metas. Deve-se dar ao computador uma meta ou uma direção, e quando isso é feito ele pode mover-se com extraordinária velocidade para produzir o resultado. Não há dúvida que o cérebro age como um computador, mas ele tem de ser apropriadamente alimentado. Não apenas isso, é preciso dar-lhe uma meta ou uma direção para onde se mover. Para entender o mecanismo estabelecedor de metas e solucionador de problemas, devemos examinar o funcionamento tanto da mente como do cérebro. Isso é essencial se quisermos lançar as bases apropriadas para se erigir a estupenda estrutura da meditação.
            Diz-se que enquanto o cérebro assemelha-se a um computador, não há computador que seja como o cérebro. O mecanismo do cérebro é por demais impressionante. Possui inteligência notável para lidar com as variadas situações da vida. Ele cuida das necessidades do corpo de uma maneira difícil de entender. John Pfeiffer diz em seu livro Human Brain (O cérebro Humano):

... o açúcar é uma das substâncias construtoras da energia do corpo e devemos ingeri-lo na quantidade certa, nem mais nem menos. Caminhamos sobre uma corda bamba entre o coma e a convulsão, resultado de possíveis mudanças relativamente leves nos níveis de açúcar no sangue. Mas o cérebro geralmente recebe informação antecipada sobre problemas pendentes. Ele recebe um fluxo constante de informações sobre os níveis correntes de açúcar, e faz os ajustamentos de maneira tão eficaz quanto um piloto guiando uma aeroplano atravéz de uma tempestade. Se houver açúcar demais, o excesso é queimado e excretado. Se houver de menos, o fígado é instruído a liberar a quantidade apropriada de reserva de açúcar. Observe no que implica tal controle. O cérebro deve saber o nível de açúcar adequado, cerca de 30ml para cada meio litro de sangue, em média. Ele deve seguir padrões semelhantes na regulagem da respiração (a maioria de nós inspira e expira dezoito a vinte vezes por minuto) e dos batimentos cardíacos (cerca de 70 vezes por minuto) e na manutenção da temperatura do corpo em 36 graus Celsius.

            Podem ser citados muitos exemplos semelhantes denotando a notável engenhosidade do cérebro humano em lidar com a regulação apropriada das necessidades corporais. O bem-estar biológico do corpo está perfeitamente seguro nas mãos deste notável instrumento construído pela natureza, a saber, o cérebro humano.
            Temos que lembrar que o cérebro humano tem dois componentes, um, o cérebro velho e o outro, o cérebro novo. O cérebro velho é a nossa herança da existência animal, ou pode ser, até mesmo anterior a isso. Mas lá está o cérebro novo, o córtex, que é o resultado da evolução humana, pertence inteiramente à humanidade, e é, portanto, comparativamente jovem. É um órgão em crescimento uma vez que a humanidade ainda está na sua infância, ou somente no estágio pós-infantil em termos de processo evolucionário. O cérebro forma uma parte muito importante em toda a historia evolucionária. A evolução, como é estudada pela ciência, nos diz que o cérebro tem sido o fator determinante no jogo da sobrevivência. A historia evolucionaria revela que houve um tempo em que a terra foi dominada por criaturas enormes e possantes, como os dinossauros. Houve um período na história da natureza quando esses gigantes moviam-se como se a terra existisse somente para eles. Todavia, quando abrimos o capitulo seguinte da historia evolucionaria descobrimos que essas criaturas enormes desapareceram e o seu lugar foi tomado por criaturas diminutas cuja existência não era sequer notada por esses animais gigantescos. Qual foi o segredo desta estranha substituição dos gigantes por criaturas tão pequenas e diminutas? O segredo deve ser encontrado no fato de que enquanto aqueles tinham cérebros com adaptabilidade muito limitada, esses tinham cérebros com maior poder de ajustamento. E na luta pela sobrevivência, aqueles que tinham maior capacidade cerebral continuaram a existir, enquanto aqueles com menor capacidade foram varridos do mapa.  Perderam o jogo da sobrevivência. Assim, o papel do cérebro é de tal que ele exerce uma influência determinante nas tendências do movimento evolucionário. Aqueles que tinham cérebros pequenos tinham uma gama limitada de adaptação. Enquanto as mudanças geológicas ou de outro tipo foram lentas sobre a face da terra, não surgiu a questão da adaptação mais ampla e mutante. Quando as condições na Terra eram comparativamente estáticas, as criaturas que tinham sobrevivido até então podiam continuar mesmo com a limitada capacidade cerebral. Mas quando as mudanças na Terra tornaram-se rápidas, o jogo da sobrevivência tornou-se cada vez mais feroz. Essas mudanças necessitavam capacidade de ajustamento e adaptação mais rápida e mais ampla. Isso acarretou o desenvolvimento de maior capacidade cerebral, pois o cérebro é o único instrumento de adaptação às condições exteriores da vida. Durante certos momentos críticos da história evolucionária, sempre surgiu a necessidade de uma adaptação mais nova. É durante tais períodos críticos e crises geológicas, que um maior poder de adaptação cerebral torna-se necessário. Na luta pela existência, foi a maior capacidade cerebral que assegurou a sobrevivência. Desse modo o cérebro exerceu uma poderosa influencia na luta evolucionária. O homem foi bem-sucedido contra a besta por causa deste maior poder cerebral. Em força muscular o homem era fraco comparado aos animais fortes e poderosos da floresta. Mas a maior capacidade cerebral do homem permitiu-lhe sair vitorioso no jogo da adaptação. O homem possui um cérebro cujos poderes são por demais surpreendentes, e ainda assim o cérebro novo é apenas uma criança, capaz de infinito crescimento nos seus poderes de ajustamento e adaptação.
            É um fato estabelecido que exista um estreito relacionamento entre mente e corpo. O predomínio das doenças psicossomáticas tem provado que mente e corpo estão intimamente ligados um ao outro. Não é apenas o fato de que a mente afeta o corpo, mas é também o fato de que o corpo afeta a mente. Mesmo nas disciplinas religiosas tradicionais pede-se ao aspirante para ser cuidadoso com respeito ao seu alimento, pois o alimento parece afetar a condição da mente. Acredita-se que a alimentação quente e estimulante excite a mente a ponto de ela não poder perseguir suas profundas atividades reflexivas. Pede-se ao homem que medita para abster-se de certos tipos de alimentação e bebida. Isso mostra que existe um inter-relacionamento entre a mente e o corpo. Não é apenas o corpo que afeta a mente, isso se dá também ao contrário – a mente afetando o corpo.
            Ao elevar-se aos reinos metafísico, estético ou matemático, a mente não pode também deixar de afetar o cérebro enquanto ele estiver engajado nessas atividades. Se o cérebro não for afetado, então as aventuras da mente estão fadadas a se tornarem estéreis, pois não haverá efeito correspondente sobre as ações e os comportamentos físicos da pessoa. Uma experiência espiritual necessita refletir-se em padrões e ações corporais. E assim, para uma vida espiritual e intelectual saudável devem, mente e corpo, funcionar juntos. Se a mente estiver ativa e o cérebro passivo e sem responder, então a pessoa está fadada a sentir-se frustrada. De modo semelhante se o cérebro estiver muito ativo e a mente estiver perdida na inércia do passado, então isso também faria surgir um estado doentio. A mente e o cérebro devem encontrar-se no mesmo nível, ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, se a pessoa quiser levar uma vida saudável e criativa.

[...] A situação humana hoje em dia é tal que uma nova espécie de homem deve nascer se a presente crise de consciência tiver que ser resolvida. A nova espécie de homem certamente será fundamentalmente psicológica. Mas uma espécie psicológica não pode vir a existir sem uma mudança apropriada no nível do cérebro humano. As atividades da mente e do cérebro devem sincronizar-se, pois a nova espécie psicológica de homem deve também funcionar nos níveis físico e biológico. Se o mecanismo biológico não corresponder ao mecanismo físico, então um conflito novo e mais violento deve surgir. E já se ouvem os ribombos de um tal conflito na civilização de hoje.
            Devemos interrogar quanto à natureza do mecanismo biológico antes de considerarmos seriamente as mudanças no mecanismo mental, pois para se poder ir longe deve-se começar perto. E certamente que o cérebro humano é o ponto mais próximo de onde se pode começar a estupenda jornada da escalada do Everest espiritual da vida. Mas antes de podermos considerar a questão do novo mecanismo biológico, devemos compreender com clareza o papel e as funções do cérebro humano com referência à jornada espiritual da pessoa.

“O inferno é a Terra da Luz Tranqüila”

Budas em vida e na morte: atingir o estado de Buda na presente forma
significa desfrutar alegria tanto em vida como na morte
TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 485, PÁG. 54, JANEIRO DE 2009.
por Daisaku Ikeda
Recebi seus vários oferecimentos. Nada me deixaria mais feliz do que saber que a senhora tem se comunicado com o falecido Ueno [seu marido Nanjo Hyoe Shitiro]; no entanto, sei que isso é impossível. A menos que fosse em sonho, é improvável que a senhora o tenha visto. A não ser que fosse uma ilusão, como a senhora poderia tê-lo visto? Com certeza, seu falecido marido habita a terra pura do Pico da Águia, ouvindo e observando este mundo saha dia e noite. A senhora, esposa de Shitiro, e os filhos possuem apenas os sentidos de um mortal comum, por isso, não podem vê-lo nem ouvi-lo; porém, esteja certa de que, no futuro, vocês se reunirão [no Pico da Águia].
O número de homens com quem a senhora selou votos matrimoniais durante todas as suas existências passadas deve superar até os grãos de areia do oceano. No entanto, desta vez, esses votos foram feitos com seu verdadeiro marido. A razão disso é que, por meio do incentivo dele, a senhora veio a se tornar uma praticante do Sutra de Lótus. Sendo assim, deve reverenciá-lo como um buda. Quando vivo, ele foi um buda em vida, e agora é um buda na morte. Ele é um buda tanto em vida como na morte. Esse é o significado da doutrina fundamental “atingir o estado de Buda na presente forma”. O quarto volume do Sutra de Lótus afirma: “A pessoa que mantém este [sutra] está mantendo o corpo do Buda”.
Tanto a terra pura como o inferno não existem fora de nossa vida; eles somente podem ser encontrados em nosso coração. A pessoa que desperta para isso é chamada de Buda; e a que ignora é chamada de mortal comum. O Sutra de Lótus revela essa verdade, e quem abraça esse sutra perceberá que o inferno é a própria Terra da Luz Tranqüila. (...)
Esse ensino é de importância fundamental; no entanto, vou compartilhá-lo com a senhora assim como o Bodhisattva Manjushri expôs o ensino secreto da possibilidade de iluminação na presente forma para a filha do Rei Dragão. Depois de ouvir sobre esse ensino, empenhe-se ainda mais na fé. A pessoa que, ao ouvir os ensinos do Sutra de Lótus, fortalece ainda mais a fé, é um verdadeiro seguidor do Caminho. Tient’ai declara: “Do índigo se obtém um azul muito mais intenso”. Essa passagem significa que se mergulharmos algo repetidas vezes em tintura de índigo, o resultado será um azul ainda mais forte do que o das folhas da planta. O Sutra de Lótus é como o índigo, e o poder da fé de uma pessoa é como o azul que se torna cada vez mais forte. (...)
Como seu falecido marido era um devoto desse sutra, é certo que atingiu a iluminação exatamente como ele era. Por essa razão, não precisa ficar demasiadamente aflita por causa da morte dele. Por outro lado, esse sentimento é algo natural nas pessoas comuns. Se até os sábios ficam entristecidos algumas vezes, será que a tristeza de todos os grandes discípulos iluminados do Buda Sakyamuni, no momento da morte dele, não teve como propósito mostrar o comportamento próprio das pessoas comuns?
Faça o máximo para realizar boas ações em benefício de seu falecido marido. As palavras de um sábio do passado também nos ensina: “Deve basear a mente na nona consciência e conduzir a prática com as seis consciências”. Como isso também é verdadeiro! Nesta carta, revelei meus ensinos que há muito tempo guardo como tesouros. Grave-os profundamente em seu coração.
(The Writings of Nichiren Daishonin [WND], v. 1, pp. 456-458.)

Explanação
Em 1950, meu mestre Jossei Toda, enfrentando circunstâncias extremamente difíceis em sua empresa, renunciou como diretor-geral da Soka Gakkai para proteger a organização de qualquer repercussão negativa que pudesse afetá-la. As revigorantes reuniões de estudo do Gosho, realizadas na Sede Central da Soka Gakkai com a presença de dezenas de pessoas, tornaram-se menos freqüentes. No entanto, nesse período tumultuado, ele arranjou tempo para explanar os escritos de Nitiren Daishonin a pequenos grupos de pessoas que continuavam a participar. O Sr. Toda disse em tom solene: “Dedicarei cada gota de minhas energias àqueles que quiserem estudar, mesmo que seja para uma única pessoa”. Ele também declarou: “Mesmo que eu caísse no inferno, não me preocuparia o mínimo. Simplesmente transmitiria o ensino correto aos que estivessem ali e transformaria o lugar na Terra da Luz Tranqüila. Porém, preocupo-me com o que possa acontecer a vocês que são principiantes na fé”.
Por piores que fossem as adversidades enfrentadas, por mais exausto que estivesse, o Sr. Toda munia-se de energia e benevolência, com o desejo de encorajar os que possuíam espírito de procura, seja um membro combatendo o carma negativo e querendo obter orientação na fé, seja um jovem ansiando por aprender sobre o budismo.
Tempos mais tarde, o presidente Toda solucionou os problemas financeiros e, em 1951, tomou posse como presidente da Soka Gakkai. Pouco antes disso, ele havia mudado o escritório da empresa para uma sala do edifício Itigaya, perto da estação de mesmo nome, em Tóquio. Ele também estabeleceu uma “filial” da sede da Soka Gakkai numa outra pequena sala, dentro do mesmo prédio. Ali, dedicava várias horas do dia para oferecer orientação e encorajamento aos membros que o procuravam.
O Budismo de Nitiren Daishonin possibilita às pessoas que mais sofrem conquistar elevada felicidade. A Lei Mística tem o poder de transformar até mesmo o inferno na Terra da Luz Tranqüila.
Ouvi um depoimento maravilhoso a respeito de uma ex-recepcionista do edifício Itigaya. Um membro da Divisão Feminina que era muito amiga dessa pessoa transmitiu-me os comentários.
A recepcionista lembrava-se claramente das circunstâncias naqueles dias. Muitas pessoas procuravam o escritório que fazia às vezes de sede. Os que chegavam cabisbaixos e esgotados por causa dos problemas e preocupações, saíam como se fossem uma outra pessoa, com um sorriso brilhante estampado no rosto. E, conforme conta essa senhora, a transformação inexplicável sempre a deixava impressionada.
Tanto Tsunessaburo Makiguti como Jossei Toda, os dois primeiros presidentes da Soka Gakkai, ensinaram um modo de vida orientado a acender no coração das pessoas a chama da coragem e da convicção, sempre inclinado a iluminar o caminho para um amigo ou uma família, de forma que eles conseguissem ver o carma como missão. Incentivar incansavelmente as pessoas, inspirar cada uma delas a se levantar para cumprir juntas a missão mais nobre de todas, o Kossen-rufu mundial — eis o espírito primordial que permeia a relação de mestre e discípulo na Soka Gakkai. Enquanto esse espírito existir, a Soka Gakkai continuará a se desenvolver.
Nesta oportunidade, estudaremos o escrito “O inferno é a Terra da Luz Tranqüila” e aprenderemos com a luta de Daishonin, uma batalha que ele realizou durante toda a sua vida para encorajar os seguidores.
Recebi seus vários oferecimentos. Nada me deixaria mais feliz do que saber que a senhora tem se comunicado com o falecido Ueno [seu marido Nanjo Hyoe Shitiro];1 no entanto, sei que isso é impossível. A menos que fosse em sonho, é improvável que a senhora o tenha visto. A não ser que fosse uma ilusão, como a senhora poderia tê-lo visto? Com certeza, seu falecido marido habita a terra pura do Pico da Águia,2 ouvindo e observando este mundo saha3 dia e noite. A senhora, esposa de Shitiro, e os filhos possuem apenas os sentidos de um mortal comum, por isso, não podem vê-lo nem ouvi-lo; porém, esteja certa de que, no futuro, vocês se reunirão [no Pico da Águia]
O número de homens com quem a senhora selou votos matrimoniais durante todas as suas existências passadas deve superar até os grãos de areia do oceano. No entanto, desta vez, esses juramentos foram feitos com seu verdadeiro marido. A razão disso é que, por meio do incentivo dele, a senhora veio a se tornar uma praticante do Sutra de Lótus. Sendo assim, deve reverenciá-lo como um buda. Quando vivo, ele foi um buda em vida, e agora é um buda na morte. Ele é um buda tanto em vida como na morte. Esse é o significado da doutrina fundamental “atingir o estado de Buda na presente forma”.4 O quarto volume do Sutra de Lótus afirma: “A pessoa que mantém este [sutra] está mantendo o corpo do Buda”.5 (WND, v. 1, p. 456.)

Tanto a vida como a morte estão imbuídas de alegria
Nitiren Daishonin afirma: “Quando vivo, ele foi um buda em vida, e agora é um buda na morte”.6 O grande ensino de Daishonin nos possibilita atingir o estado de Buda nesta existência e passar pelo ciclo eterno de nascimento e morte com total liberdade e infinita esperança.
Se nossa vida for repleta de alegria, assim também será nossa morte. E se nossa morte for cheia de júbilo, da mesma forma será nossa próxima existência. Daishonin ensina que o ciclo de nascimento e morte é uma sucessão ininterrupta de alegria, e que a essência da vida está em nos dedicarmos a fazer dessa alegria a nossa realidade e ajudar os outros a fazer o mesmo.
“O inferno é a Terra da Luz Tranqüila” é uma carta endereçada à monja leiga de Ueno, viúva de Nanjo Hyoe Shitiro. Há divergências entre os estudiosos a respeito da data em que a carta foi escrita. Alguns dizem ter sido redigida imediatamente após a morte de Hyoe Shitiro, em 1265. Outros acreditam que tenha sido escrita em 1274, quando Daishonin voltou da Ilha de Sado e foi viver no Monte Minobu, retomando a correspondência assídua com a família Nanjo.
O primeiro membro da família Nanjo a se converter aos ensinos de Daishonin foi Hyoe Shitiro. Vassalo do xogunato de Kamakura e discípulo muito estimado por Daishonin, Shitiro faleceu em 1265 devido a uma grave doença. Seguiu com sinceridade as orientações de seu mestre e manteve a fé na Lei Mística até o fim da vida. Os familiares de Shitiro prosseguiram com a prática budista, sustentando a mesma pureza.
Quando Hyoe Shitiro faleceu, o segundo filho, Tokimitsu7 — que se tornou o chefe da família — tinha apenas 7 anos de idade. Nessa época também, a esposa de Hyoe Shitiro estava esperando o quinto filho. Certamente a dor pela perda do marido foi muito grande. Porém, ela deixou de lado o próprio sofrimento para proteger e criar sozinha os filhos.
Nitiren Daishonin sentiu a tristeza incontida que havia no coração daquela mãe e a encorajou com o sincero desejo de aliviar-lhe o sofrimento. Nesta carta, ele comenta que mesmo que ela conseguisse ver o falecido marido em sonhos, no mundo real estava impossibilitada de manter qualquer comunicação com ele. Daishonin ressalta que, do ponto de vista do budismo, Hyoe Shitiro está na terra pura do Pico da Águia, zelando constantemente pela família. E lhe assegura que, no final, ali se reencontrarão.
Com profundo afeto, Daishonin conforta a monja leiga de Ueno, dizendo-lhe que todos os que compartilham os laços da fé — os companheiros praticantes, os familiares ou os amigos —, sem falta, voltarão a se encontrar.

A terra pura do Pico da Águia é o eterno “lar” da vida
A terra pura do Pico da Águia, da qual Nitiren Daishonin fala, certamente não se refere a nenhum reino lendário como o paraíso ocidental chamado Terra Pura da Perfeita Alegria,8 exposto pela escola budista Terra Pura (Nembutsu). Simplesmente, a terra pura do Pico da Águia representa o estado de Buda do Universo. Nos escritos de Daishonin, lemos estas palavras: “Seu corpo e sua mente permeiam a totalidade do mundo dos fenômenos num único instante”.9 A vida de uma pessoa que falece, tendo praticado firmemente a Lei Mística, entrará em fusão com o estado vasto e ilimitado do Universo e será permeada por uma grande alegria. O presidente Toda dizia que isso era “entrar em fusão com o estado de Buda do Universo”.
Nos escritos de Daishonin, freqüentemente lemos trechos como: “Vamos nos encontrar na terra pura do Pico da Águia”,10 e “Sem falta, tanto a mãe como o filho vão para a terra pura do Pico da Águia”.11
A terra pura do Pico da Águia representa o estado de Buda que pode ser atingido por todos os que mantêm a fé na Lei Mística até o fim da vida. Ali, mestre e discípulo, companheiros de fé, pais e filhos, cônjuges, familiares e todos os que estão unidos por profundos laços de vida, podem celebrar um jubiloso reencontro.
Procedentes do estado de Buda universal, os Bodhisattvas da Terra, aparecem neste mundo saha cheio de problemas, para cumprir a missão de conduzir os seres humanos à iluminação. Depois de cumprir a missão na vida, regressam uma vez mais ao estado de Buda do Universo — à terra pura do Pico da Águia. Esse é o “lar” eterno — na profunda dimensão da vida — dos corajosos Bodhisattvas da Terra, consagrados a propagar amplamente a Lei Mística. Um “lar” habitado por companheiros do tempo sem início.
Ser um “buda em vida” significa evidenciar nosso estado de Buda inato com base nessa consciência, e nos levantarmos com coragem no palco de nossa missão, sem nos afastar da dura realidade cotidiana, não só pela felicidade pessoal mas também pela felicidade dos demais. Ser um “buda na morte” significa entrar no caminho eterno da infinita alegria da Lei12 depois de ter cumprido a missão nesta existência, e empreender a viagem seguinte pelo caminho do bodhisattva para continuar cumprindo o juramento de conduzir as pessoas à iluminação.
O propósito desta existência é desenvolver um elevado estado de vida, por meio do qual possamos sentir verdadeiramente que somos budas em vida e na morte e que tanto uma condição como a outra estão imbuídas de alegria. Em outras palavras, cada momento desta existência é uma luta para consolidar esse estado de vida.
Neste escrito, Daishonin cita uma passagem do Sutra de Lótus: “A pessoa que mantém este [sutra] está mantendo o corpo do Buda”.13 Tal como essa passagem declara, Nanjo Hyoe Shitiro entrou no caminho eterno do nascimento e da morte no mundo do estado de Buda porque perseverou na prática budista e estabeleceu, ao longo de sua existência, essa elevada condição de vida. Daishonin tranqüiliza a monja leiga de Ueno com essas palavras. É como se estivesse dizendo a ela: “Seu falecido marido é, com absoluta certeza, um buda, tal como o Sutra de Lótus afirma”, “Seu marido venceu! Agora é a vez de a senhora vencer!”
Tanto a terra pura como o inferno não existem fora de nossa vida; eles somente podem ser encontrados em nosso coração. A pessoa que desperta para isso é chamada de Buda; e a que ignora é chamada de mortal comum. O Sutra de Lótus revela essa verdade, e quem abraça esse sutra perceberá que o inferno é a própria Terra da Luz Tranqüila.14
(...)
Esse ensino é de importância fundamental; no entanto, vou compartilhá-lo com a senhora assim como o Bodhisattva Manjushri15 expôs o ensino secreto da possibilidade de iluminação na presente forma para a filha do Rei Dragão.16 Depois de ouvir sobre esse ensino, empenhe-se ainda mais na fé. A pessoa que, ao ouvir os ensinos do Sutra de Lótus, fortalece ainda mais a fé, é um verdadeiro seguidor do Caminho. Tient’ai declara: “Do índigo se obtém um azul muito mais intenso”. Esta passagem significa que se mergulharmos algo repetidas vezes em tintura de índigo, o resultado será um azul ainda mais forte que o das folhas da planta. O Sutra de Lótus é como o índigo, e o poder da fé de uma pessoa é como o azul que se torna cada vez mais forte. (WND, v. 1, pp. 456-457.)
O poder benéfico da Lei Mística: transformar o inferno na Terra da Luz Tranqüila. Tanto o inferno como a terra pura existem em nós. Acreditar que ambos existem em outro lugar é ilusão. É isso o que nos ensina Daishonin. Nesse trecho da carta, Nitiren Daishonin encoraja a monja leiga de Ueno com um outro foco. Ele já não diz a ela sobre a iluminação do falecido marido, mas sim sobre a iluminação dela.
As pessoas que praticam o Sutra de Lótus podem comprovar na própria vida o princípio de que “o inferno é a Terra da Luz Tranqüila”. Em um de seus escritos, Daishonin diz a Shijo Kingo que, se fosse necessário para protegê-lo, ele o acompanharia mesmo no inferno. Daishonin diz: “Se o senhor e eu caíssemos no inferno juntos, encontraríamos o Buda Sakyamuni e o Sutra de Lótus ali”.17 Podemos entender na frase que, se Nitiren Daishonin e Sakyamuni estão presentes no Inferno, este deixa de ser inferno para tornar-se a terra do Buda. Nesse caso, os guardiões do inferno18 não atacariam os seguidores do Buda, e Yama, rei do inferno, não teria outra escolha senão proteger o Sutra de Lótus.
O Sutra de Lótus é um ensino capaz de transformar o lugar em que estamos na terra do Buda. Ter fé no Sutra significa empreender esse desafio. Conseqüentemente, é impossível que os seguidores de Daishonin que perseveram na prática do Sutra de Lótus devam sofrer no estado de inferno. A eles está assegurado um estado de vida de absoluta liberdade.
Daishonin queria transmitir esse ponto à monja leiga de Ueno. Muito embora, provavelmente, ela já tivesse escutado várias vezes sobre o princípio de que “o inferno é a Terra da Luz Tranqüila”, Daishonin queria que ela compreendesse esse ensinamento num nível muito mais profundo e que o manifestasse na própria vida. Essas passagens também transmitem o sincero desejo de Daishonin de que a monja leiga se dedicasse à prática budista com uma determinação ainda mais firme.

Atingir o estado de Buda na presente forma é um princípio de esperança e de alegria

A razão de Daishonin ter mencionado o princípio de que “o inferno é a Terra da Luz Tranqüila” foi para que a monja leiga se sentisse confiante de que o marido havia atingido o estado de Buda. Outro motivo foi para ensinar a ela que o estado de Buda existe na própria vida — consciência que lhe daria uma inabalável confiança e inspiração — mesmo enquanto ela lutava corajosamente para criar os filhos sozinha.
Para incentivá-la ainda mais, Daishonin analisa um episódio mencionado no Sutra de Lótus, em que a filha do Rei Dragão atinge o estado de Buda sem mudar a forma física. A pedido de Sakyamuni, no 12º capítulo do Sutra de Lótus, “Devadatta”, o Bodhisattva Manjushri explica sobre o poder benéfico da Lei Mística ao Bodhisattva Sabedoria Acumulada [um seguidor do Buda Muitos Tesouros]. Nesse momento, para oferecer provas concretas de que a Lei Mística permite às pessoas atingir o estado de Buda sem precisar mudar a forma ou o aspecto, convoca e apresenta a filha do Rei Dragão.
Porém, certas pessoas, como o Bodhisattva Sabedoria Acumulada e Shariputra, um dos principais discípulos de Sakyamuni, se negaram a acreditar que uma mulher fosse capaz de manifestar o estado de Buda sem ter de mudar a identidade feminina. Diante desses homens incrédulos, a menina-dragão jura a Sakyamuni: “Haverei de expor as doutrinas do Grande Veículo [o Sutra de Lótus] / para resgatar os seres vivos do sofrimento”.19 Então, perante todos, ela apresenta a prova concreta, atingindo a iluminação tal como é, ou seja, como menina-dragão. Quanto à multidão que testemunha essa façanha, o Sutra descreve: “O coração de todos foi completamente tomado de grande alegria”.20 Repleto de júbilo, eles entraram no Caminho do estado de Buda. Enquanto isso, todos os que duvidavam ficaram admirados com o feito da filha do Rei Dragão. Em silêncio, admitiram a iluminação da jovem. O drama emocionante da menina-dragão, ou seja, a consecução do estado de Buda, irradiou ondas de alegria e esperança a toda a assembléia.
O princípio de “atingir o estado de Buda na presente forma” tem o poder de despertar a esperança e a alegria na vida de todas as pessoas. Nitiren Daishonin ensina essa doutrina fundamental à monja leiga de Ueno, por meio deste escrito, para fazer surgir no coração dela a luz da verdadeira esperança.
O Budismo de Nitiren Daishonin torna realidade os princípios do Sutra de Lótus
“Empenhe-se ainda mais na fé. A pessoa que, ao ouvir os ensinos do Sutra de Lótus, fortalece ainda mais a fé, é um verdadeiro seguidor do Caminho”,21 diz Daishonin à monja leiga de Ueno.
Nitiren Daishonin explica profundos princípios, como “atingir o estado de Buda na presente forma” e “o inferno é a Terra da Luz Tranqüila”, para ajudar seus discípulos a aprofundar a fé. O budismo não é um jogo de palavras nem de conceitos.
Os princípios básicos explicados neste escrito nos ensinam que a fonte de esperança suprema — o estado de Buda — reside dentro de nós. Se aceitarmos isso como verdade em relação a nós, e mantivermos firme essa crença, a escuridão ou a ignorância fundamental22 que obscurece nosso estado de Buda será dissipada, fazendo com que nossa vida brilhe.
Portanto, o mais importante é a fé. Quanto mais aprofundamos a fé, mais nossa vida é tingida pelo tom do estado de Buda. Para ilustrar, Daishonin cita palavras do Grande Mestre Tient’ai, da China: “Do índigo se obtém um azul muito mais intenso”.23
As folhas da planta do índigo são esverdeadas com um ligeiro tom azulado. Mas, se algo é mergulhado várias vezes na tinta obtida dessas folhas, adquire um tom forte de azul. Nossa prática para atingir o estado de Buda nesta existência também é assim.
Por expor esse princípio, o Sutra de Lótus pode ser comparado às folhas da planta de índigo. A prática do Budismo de Nitiren Daishonin, por sua vez, é como submergir algo repetidamente na tinta obtida a partir das folhas. Em outras palavras, no Budismo de Nitiren Daishonin, ao aprofundarmos a fé ouvindo os ensinos e ao nos empenharmos ainda mais na prática, podemos manifestar o estado de Buda e atingir a iluminação nesta existência.
O propósito do estudo dos escritos budistas não é só para compreender o espírito de Daishonin e fortalecer a fé. Ao incorporarmos os profundos princípios filosóficos, podemos adquirir a sólida convicção de que a esperança e a paz residem em nosso próprio coração, e nos dedicar pela própria felicidade e a dos outros. O estudo também nos proporciona coragem para enfrentar as dificuldades por meio do exemplo de Daishonin, que triunfou sobre enormes obstáculos e provações. Eis a chave do estudo prático budista: um estudo que pode se aplicar à vida cotidiana. Tenhamos sempre isso em mente.
Como seu falecido marido era um devoto desse sutra, é certo que atingiu a iluminação exatamente como ele era. Por essa razão, não precisa ficar demasiadamente aflita por causa da morte dele. Por outro lado, esse sentimento é algo natural nas pessoas comuns. Se até os sábios ficam entristecidos algumas vezes, será que a tristeza de todos os grandes discípulos iluminados do Buda Sakyamuni no momento da morte dele, não teve como propósito mostrar o comportamento próprio das pessoas comuns?
Faça o máximo para realizar boas ações em benefício de seu falecido marido. As palavras de um sábio do passado também nos ensina: “Deve basear a mente na nona consciência e conduzir a prática com as seis consciências”.24 Como isso também é verdadeiro! Nesta carta, revelei meus ensinos que há muito tempo guardo como tesouros. Grave-os profundamente em seu coração. (WND, v. 1, p. 458.)

Seguir o caminho de nossa missão, tal como somos
Atingir o estado de Buda tal como cada um é não tem nada a ver com adquirir faculdades sobrenaturais. Significa atingir, como seres humanos, um estado de vida eterno e ilimitado, caracterizado pelas virtudes da eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza.25
Os benefícios da Lei Mística são imensuráveis. Todas as formas de vida — em qualquer dos Dez Mundos em que se encontrem — são, originalmente, uma entidade da Lei Mística. Portanto, mesmo que uma pessoa se encontre no estado de Inferno, se mudar o foco ou a atitude mental nesse momento, ela manifesta imediatamente o estado mais puro e supremo como entidade da Lei Mística. A isso se refere o princípio de “atingir o estado de Buda na presente forma”.
Naturalmente, a expressão “na presente forma” não significa que atingiremos o estado de Buda quando nos entregamos ao sofrimento ou à indolência. Faz-se necessária uma luta para transformar, momento a momento, o foco de nossa mente. Nitiren Daishonin revelou o Gohonzon, o objeto de devoção, para que qualquer pessoa consiga travar essa luta.
No Gohonzon que inscreveu, Daishonin deu expressão ao supremo estado de vida que ele havia atingido. Os que recitam Nam-myoho-rengue-kyo com fé no Gohonzon, rompem a ignorância e a escuridão que envolve sua vida e fazem surgir de seu ser o estado de Buda, inseparável da Lei Mística.
Acreditar no Gohonzon significa crer que o estado de vida de suprema nobreza manifestado por Daishonin também existe na própria vida. Isso significa perseverar na fé e na prática como devotos do Sutra de Lótus, tal como fez Daishonin. Somente nos empenhando na fé com o mesmo espírito ensinado por Daishonin é que podemos vencer a ignorância ou a escuridão que envolve nossa vida.
Neste escrito, Nitiren Daishonin declara que Hyoe Shitiro, por ter sido devoto do Sutra de Lótus, sem falta, atingiu o estado de Buda tal como ele era. Em outras palavras, por ter sido um devoto do Sutra de Lótus, foi um “buda em vida” e continuou sendo um “buda na morte”. Nesse sentido, Daishonin assegura à monja leiga de Ueno que o falecido marido, assim como experimentou a paz espiritual em vida, também, depois da morte, continuou a habitar o mundo eterno e indestrutível do estado de Buda inerente ao Universo. Com base na profunda visão sobre a verdadeira natureza da vida, ele a encoraja dizendo: “Não há, fundamentalmente, nenhuma razão para afligir-se ou lamentar-se”.

Ser um vencedor no mundo real
Nitiren Daishonin prossegue dizendo que, apesar de as pessoas compreenderem esse ponto intelectualmente, é muito natural que, como seres humanos, sofram pela perda de um ente querido. Ressalta que até os sábios se entristecem em certos momentos. Dessa forma, ele encoraja a monja leiga de Ueno a realizar o máximo de boas ações possível para transmitir os benefícios ao falecido marido. Ou seja, Daishonin pede a ela que converta sua tristeza em oração pela eterna felicidade do marido.
Cada palavra dessa carta parece abraçar afetuosamente a monja leiga de Ueno. Nitiren Daishonin sempre prezava os sentimentos de seus seguidores. Tão vasto quanto o céu ou o oceano, assim é o coração do Buda dos Últimos Dias da Lei.
Nesse trecho, Daishonin pede à monja leiga de Ueno que se dedique ao máximo na fé. Pois, ao sublimar e converter em oração o sofrimento da perda do marido, ela estaria dando passos de avanço na fé que enobreceriam sua vida e lhe permitiriam atingir o estado de Buda. Oferecer orações aos falecidos com base na Lei Mística constitui parte admirável da prática budista.
Não há absolutamente necessidade alguma de fingir diante do Gohonzon. Devemos orar ao Gohonzon tal como somos: com alegria quando estamos felizes, com tristeza quando nos sentimos deprimidos. Consideremos o sofrimento e a alegria como fatos da vida e continuemos recitando o Nam-myoho-rengue-kyo resolutamente até o fim. Mediante o imenso poder da Lei Mística, todas as nossas orações integrarão nossa prática budista.
Haja o que houver, os que continuam recitando convictamente o Nam-myoho-rengue-kyo, atingirão a verdadeira vitória. A pessoa que recita Daimoku com essa postura e manifesta o poder da Lei Mística na vida é, na realidade, um “buda em vida”.
A esse respeito, o Sr. Toda disse: “Ser um buda significa desfrutar total paz espiritual. (...) Como resultado da firme crença no Gohonzon, a vida de uma pessoa doente, por exemplo, adquire completa paz interior. Essa profunda serenidade nos permite sentir alegria pelo simples fato de viver. (...) Não acham que sentir essa alegria absoluta é o verdadeiro significado de ser um buda? Isso não corresponderia a atingir o mesmo estado de vida de Daishonin?”26
Para explicar sobre essa condição de vida à monja leiga de Ueno, Daishonin cita as seguintes palavras: “Deve basear a mente na nona consciência e conduzir a prática com as seis consciências”.27
A “nona consciência” é uma vida livre de quaisquer impurezas, una com a Lei Mística, a verdade suprema. É a natureza inata de Buda que existe em todos os seres. Nossa vida é, inerentemente, um palácio onde habita o “rei da mente”,28 ou a entidade fundamental do ser, conhecida como nona consciência. No Gosho, encontramos a expressão “o palácio da nona consciência, a realidade imutável que rege todas as funções da vida”.29 Daishonin inscreveu essa realidade inerente à nossa vida na forma gráfica do Gohonzon. Portanto, “basear a mente na nona consciência e conduzir a prática com as seis consciências” significa, simplesmente, recitar Nam-myoho-rengue-kyo com fé no Gohonzon.
As “seis consciências” são os cinco sentidos (visão, olfato, audição, paladar e tato) que funcionam em resposta aos estímulos ou fenômenos do mundo circundante, mais a consciência, que integra as percepções dos cinco sentidos. Em outras palavras, as seis consciências expressam nossa vida neste mundo. “Conduzir a prática com as seis consciências” significa estabelecer firmemente o estado de Buda em nossa vida diária, em nosso local de prática. Este é o princípio segundo o qual “a fé manifesta-se na vida diária”.
Poderíamos dizer que “basear a mente na nona consciência e conduzir a prática com as seis consciências” abarca a totalidade de nossas atividades da Soka Gakkai. Isso porque vivemos firmemente alicerçados no estado de Buda e saímos ao encontro das pessoas para transmitir-lhes a Lei Mística e conduzi-las à iluminação em meio a uma sociedade com inúmeros problemas e sofrimentos.
Encorajar outros na fé requer esforços sérios, sinceros e incondicionais. Implica uma poderosa interação com o nível mais profundo da vida, fazendo surgir em cada pessoa a dinâmica dos “três mil mundos num único momento da vida”. É um desafio que exige dedicação, mas por meio do qual polimos e melhoramos nossa própria vida. Esses esforços consolidam nosso estado de Buda, o que nos possibilita ajudar os outros a fazer o mesmo.
Que fonte de força e coragem essa carta deve ter representado para a monja leiga de Ueno!
Anos depois, essa mãe admirável perdeu repentinamente o quinto filho, de 16 anos. Tokimitsu, o segundo filho e chefe da família, também adoeceu gravemente, chegando quase a morrer. Mesmo enfrentando um destino tão doloroso, a monja leiga de Ueno continuou praticando os ensinos de Daishonin. Lutou tenazmente e conquistou uma esplêndida vitória.
Como é maravilhoso lutar na companhia de um mestre da fé, possuidor de uma compreensão tão profunda da visão budista sobre a vida e a morte! O princípio sobre atingir o estado de Buda na presente forma torna-se realidade quando tanto o mestre como o discípulo desfrutam a alegria em vida e também a alegria na morte.

Notas
1. O falecido Ueno, ou Nanjo Hyoe Shitiro, era administrador da Vila de Ueno, no distrito Fuji, e vassalo do xogunato de Kamakura. Foi seguidor da escola Terra Pura (Nembutsu), mas quando ouviu Nitiren Daishonin pregar, decidiu adotá-lo como mestre. Em 1264, Shitiro adoeceu e, no fim do mesmo ano, recebeu uma carta de encorajamento de Daishonin. Ele veio a falecer no ano seguinte. 2. Terra pura do Pico da Águia: O Pico da Águia é o lugar em que Sakyamuni pregou o Sutra de Lótus. Também simboliza a terra do Buda ou o estado de Buda, como na expressão “terra pura do Pico da Águia”. 3. Mundo saha: Este mundo que é repleto de sofrimento. Freqüentemente traduzido como “mundo da perseverança”. Saha quer dizer “terra”; deriva de um radical que significa “resistir” ou “suportar”. Nesse contexto, “mundo saha” indica um mundo em que as pessoas devem resistir ao sofrimento. 4. Atingir o estado de Buda na presente forma: Significa manifestar o estado de Buda tal como cada indivíduo é, sem ter de se descartar do corpo e da identidade como ser humano. De acordo com outros ensinos, exceto o Sutra de Lótus, uma pessoa somente pode atingir o estado de Buda depois de ter praticado durante um período incrivelmente longo, por incontáveis existências, e cortando todo vínculo com os nove estados. Mas o Sutra de Lótus ensina que é possível atingir o estado de Buda tal como cada um é, como pessoas comuns. Esse princípio costuma ser ilustrado por meio do exemplo da filha do Rei Dragão que, de acordo com o 12º capítulo do Sutra de Lótus, “Devadatta”, atingiu a iluminação num instante, sem mudar a forma de dragão, por meio do poder benéfico da Lei Mística. 5. The Lotus Sutra [LS], cap. 11, p. 180. 6. The Writings of Nichiren Daishonin [WND], v. 1, p. 456. 7. Nanjo Tokimitsu (1259-1332): Seguidor leigo de Nitiren Daishonin e segundo filho de Nanjo Hyoe Shitiro. Além de apoiar seu mestre, Tokimitsu auxiliou Nikko Shonin, o sucessor imediato de Nitiren Daishonin, nas atividades de propagação na área Fuji. Também protegeu os seguidores de Nitiren Daishonin durante a Perseguição de Atsuhara, iniciada em 1278. 8. Terra Pura da Perfeita Alegria: Terra situada a oeste, descrita nos sutras da escola Terra Pura. Segundo esse sutra, está localizada a uma distância de “dez bilhões de terras do Buda a oeste”, onde vive Amida. 9. Uma passagem de Anotações sobre “Grande Concentração e Discernimento”, de Miao-lo. Pelo fato de os Dez Mundos na totalidade, e todos os três mil mundos, existirem originalmente na vida das pessoas em cada momento, quando elas atingem o estado de Buda, de acordo com esse princípio, o corpo e a mente delas permeiam o mundo dos fenômenos e elas atingem uma condição de completa liberdade. Leia em Os Escritos de Nitiren Daishonin [END], v. 5, p. 197. 10. WND, v. 1, p. 596. 11. WND, v. 2, p. 964. 12. Infinita Alegria da Lei: A felicidade suprema e ilimitada do Buda, o benefício da Lei Mística. 13. Sobre essa passagem do 11º capítulo do Sutra de Lótus, “Surgimento da Torre de Tesouro”, Nitiren Daishonin afirma no Registro dos Ensinos Orais: “Manter o Sutra de Lótus é sustentar a crença de que nosso corpo é o corpo do Buda. (...) Manter o corpo do Buda significa sustentar a crença de que fora do nosso corpo o Buda não existe. Em outras palavras, o mortal comum, no nível em que se é um buda em teoria, não difere do Buda no nível da iluminação suprema”. (Registro dos Ensinos Orais, pp. 96-97). A passagem do sutra pertence a The Lotus Sutra [LS], cap. 11, p. 180, citada em WND, v. 1, p. 456. 14. “O inferno é a Terra da Luz Tranqüila”: Significa que o mundo de Inferno, um estado de vida de sofrimento, pode transformar-se na Terra da Luz Tranqüila, onde o Buda habita, tal como é. “Inferno” denota um estado de sofrimento extremo, e “Terra da Luz Tranqüila” é o estado de Buda. A idéia de que o estado de Inferno é o estado de Buda, expressa, de modo figurado, o princípio da possessão mútua dos Dez Mundos. 15. Bodhisattva Manjushri: Personagem que aparece nos sutras como líder dos bodhisattvas, considerado símbolo da perfeita sabedoria. 16. Filha do Rei Dragão: Também conhecida como menina-dragão. Filha de 8 anos de Sagara, um dos oito grandes reis dragões que vive num palácio situado no fundo do oceano. Quando ouve o Bodhisattva Manjushri pregar o Sutra de Lótus, a menina manifesta o desejo de atingir a iluminação. Então, ela se apresenta diante da assembléia do Sutra de Lótus e instantaneamente atinge o estado de Buda, tal como é. 17. WND, v. 1, p. 850. 18. Guardiões do inferno: Demônios da mitologia budista que atormentam os transgressores que haviam caído no inferno. Servem a Yama (Emma), rei do inferno, que julga e determina as retribuições e punições aos falecidos. 19. LS, cap. 12, p. 188. 20. LS, cap. 12, p. 189. 21. WND, v. 1, p. 457. 22. No budismo, esse termo denota a ignorância em relação à verdadeira natureza da existência. É considerada a causa fundamental do sofrimento e da ilusão. Impede as pessoas de reconhecer a verdadeira natureza da própria vida e de abraçar a fé na Lei Mística, que possibilita a todos atingir a iluminação. 23. Essas palavras constam em Grande Concentração e Discernimento, de Tient’ai. A analogia é empregada para explicar que mediante o estudo constante, adquire-se uma compreensão mais profunda, assim como algo imerso repetidas vezes na tintura adquire um tom mais intenso que o da própria planta da qual se obteve o pigmento. 24. Nove consciências e seis consciências: A doutrina das nove consciências identifica nove tipos de discernimento. Elas são os cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), a consciência-mente (que integra as percepções dos cinco sentidos em imagens coerentes), a consciência-mano (que corresponde ao domínio espiritual), a consciência-alaya (ou repositório cármico) e a consciência-amala (nível livre de qualquer impureza cármica e base de todas as funções da vida). Amala, a nona consciência, é a mais profunda de todas e constitui a natureza de Buda. As seis consciências correspondem às seis primeiras das nove consciências, ou os cinco sentidos mais a consciência-mente, a função espiritual que faz julgamentos e deduções em resposta ao estímulo externo. 25. Eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza: Quatro nobres qualidades ou virtudes da vida de um buda. “Eternidade” é a natureza de Buda imutável e eterna. “Felicidade” corresponde à tranqüilidade e à alegria que transcendem quaisquer sofrimentos. “Verdadeira identidade” significa que a natureza de Buda é nossa verdade e base. Por fim, “pureza” corresponde a uma vida livre de conduta errônea ou ilusória. 26. TODA, Jossei: Toda Josei Zenshu (Obras Completas de Jossei Toda). Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1982, v. 2, pp. 446-447. 27. WND, v. 1, p. 458. 28. “Rei da mente” refere-se à essência ou núcleo da mente, que controla as diversas funções mentais. 29. “O palácio da nona consciência, a realidade imutável que rege todas as funções da vida”: A nona consciência é comparada a um palácio porque é a função central da vida, inseparável da verdade eterna e imutável. Leia em WND, v. 1, p. 832.

* Os grifos são meus, como forma de chamar atenção para alguns detalhes que achei importante salientar.

O coração

I - Do ponto de vista da física:

O prêmio Nobel japonês, Prof. Tonegawa, falando do coração humano perguntou-se : “ Em qual parte do corpo trabalha o coração ?” Dito assim é quase espontâneo colocar a mão no peito. Mas deveríamos colocá-la no cérebro. Até agora o coração humano foi tratado no campo da filosofia. Bem, quanto mais a ciência progride, mas se descobre que nosso coração funciona no nosso cérebro. O professor explicou este conceito através de um exemplo do recém nascido. Supondo que a sua família seja composta de um japonês, um americano, um francês, um chinês, um alemão e um coreano. Todo o dia escuta seis línguas. Que língua vai falar quando crescer ? A resposta é : vai falar as seis línguas. Já foram feitas experiências deste gênero. Isto significa que um recém nascido humano possui um cérebro extraordinário. Como pode ser possível? O Sr. Tonegawa diz que depende do fato da atividade cerebral do recém nascido ser diferente da de um adulto. Qual é a diferença ? Parece que as ondas cerebrais são diferentes.
Como sabem, nosso corpo é composto de células , e mais precisamente por volta de 70 bilhões de células. Todas as partes do corpo são compostas por células – dos cabelos até as unhas dos pés. Estas , por sua vez, são compostas por átomos e os átomos são constituídos por partículas elementares, estas são compostas por quantum. A ciência moderna chegou até esse ponto. Como são esses quantum? Oscilam como ondas. OSCILAM. O nosso corpo é então composto por oscilações. Em teoria a tese das oscilações já havia sido demonstrada, mas não se sabia como medi-las. O cientista americano Wanestock criou um aparelho , que se usa agora no campo da medicina. Através desse instrumento podemos comprovar que somos constituídos de oscilações. Todas as coisas – sejam plantas ou animais, tudo, emitem ondas. Tudo emite a sua freqüência. De todas as freqüências emitidas pelos seres humanos, as do cérebro são as mais fortes, mais intensas. O Universo também oscila. As oscilações emitidas pelo Universo são as mais ordenadas, mais regulares. Parece que se encontram entre a onda Alfa e a Ômega. Para falar em termos de estado vital dos seres humanos, as ondas Ômega é um estado muito prazeroso, como um soninho. O estado das ondas Alfa é um estado maravilhoso, como se ganhássemos todas as loterias – um estado de perfeita forma. A freqüência do Universo se encontra exatamente no meio dessas duas freqüências, correspondem ao estado que se encontra entre o prazeroso soninho das ondas Ômega e o estado de êxtase das ondas Alfa. Medindo essa freqüência com o aparelho mencionado acima, se chega a freqüência de 7.5 Hz. Esta é a freqüência do Universo. Por esse motivo a freqüência 7.5 Hz é o melhor estado para os seres humanos. Mas, pode existir uma pessoa desse tipo? Sim, os recém nascidos , por exemplo, se encontram num estado de total correspondência com as oscilações do Universo. Este é o estado favorável, no qual o cérebro assimila tudo de maneira puríssima. Um recém nascido não é amargurado, chora quando tem fome, mas isso é uma outra coisa. As de 7.5 Hz. Tem lindos olhos, pele luminosa e cresce rapidamente. Sua existência se encontra no melhor estado possível, aquele das oscilações do Universo. Por isso um recém nascido assimila tudo num breve tempo, mesmo quando cresce com seis línguas diferentes. Podemos, nós adultos, que mantemos rancor por outras pessoas, que nos lamentamos de tantas coisas, que sofremos , que provamos sentimento de ira e podemos trair, atingir um estado assim sereno e ideal como o recém nascido? O estado do Universo com a freqüência de 7.5Hz? Parece ser muito difícil, mas o Prof. Tonegawa sustenta que até mesmo os adultos podem conseguir. Ele sustenta que é necessário usar dois métodos conscientemente.

1-Devemos nos esforçar para lembrar freqüentemente de eventos felizes e prazerosos do passado. Deste modo atrairemos outros eventos alegres e positivos. Observando o nosso passado, perceberemos que vivemos de todo modo coisas boas. Quem busca pensar nessas coisas boas se aproxima da freqüência de 7.5 Hz.
Vamos supor que temos um casal de velhos chatos como vizinhos, que odiamos. Talvez não seja o exemplo mais gentil, mas é somente um exemplo. Suponhamos que os dois nos critiquem e nos chateiem continuamente. Se pensarmos: “Quem sabe conseguirei me desenvolver humanamente através das criticas deles. Na verdade tive uma grande vantagem.” Estaremos assim nos movendo para a freqüência de 7.5HZ do universo. Se, ao contrário pensarmos:”Tomara que morram logo !” nos afastamos desse estado. Convém endereçar cada evento que nos acontece para uma direção melhor, mais alegre. Este comportamento é essencial.

2-O segundo método: Devemos ter as idéias claras a respeito do nosso futuro. Devemos imaginar o nosso futuro de maneira concreta. Damos a ordem ao nosso cérebro que será assim. Desta maneira as celebres gêmeas japonesas, Kin e Gin (prata e ouro) com a idade de trinta anos decidiram viver até cem anos. Mesmo quando ficavam doentes, não duvidavam que viveriam longe, e esse comportamento teve efeito no cérebro delas. De fato viveram mais de cem anos, felizmente.. Não faz bem pensar que mais cedo ou mais tarde todos vamos morrer. Assim morremos cedo. Se ficarem doentes e pensarem que mais cedo ou mais tarde ficarão bons, então ficarão doentes por menos tempo. Devem decidir concretamente entre quantos dias ficarão curados.
Até aquele dia devem imaginar estar sarado. Devem realizar que a cura ainda não se manifestou no seu cérebro. Por exemplo, comecem a pensar que recebem os parabéns dos outros pela cura ou as flores que receberão ao deixarem o hospital. Deste modo seu desejo se realiza muito mais facilmente. Muitas lojas que vendem bem seu produto usam este método, criam primeiras as imagens do sucesso. As empresas em que os responsáveis dão somente ordens e pronto são mais suscetíveis à falência. Nas grandes empresas os responsáveis de vários departamentos se encontram e discutem de modo vivo, descontraído e livre o futuro da empresa, desenvolvendo assim boas idéias em relação aos novos produtos. Entram todos juntos no mundo de 7.5 HZ. Alguém fará o resumo das novas idéias e criará uma imagem dos produtos do futuro, desenvolvendo assim um novo produto de maneira clara e concreta. O produto que nasce deste modo será um “trend” do momento. A imaginação do futuro é, portanto muito importante. Agora na seqüência vou contar alguns exemplos. (Os fundadores destas empresas são membros da Soka Gakkai). Um pintor da prefeitura de Kanagawa decidiu se tornar o melhor e maior pintor de parede do Japão em 20 anos. Desta decisão nasceu a famosa empresa Painthouse. Um outro homem vendia frango assado. Isto também aconteceu há vinte anos atrás. Decidiu que seu quiosque seria o maior ponto de vendas do mundo. Nasceu a rede “Yoro-No-Taki” . Agora existe dez mil espalhadas no mundo todo. Somente 20 anos. Nos anos 50 teve um homem que vendia sopa na sua banquinha em Kyoto. Estudou sem parar o melhor sabor para sua sopa. Todo dia experimentava novos sabores para a mistura da sopa. Pedia a opinião dos estudantes que comiam na sua barraquinha, observava a reação deles ao comerem. Inventou depois uma sopa que não era somente muito gostosa, mas também ótima para a saúde. Do dia em que abriu a primeira loja o numero de lojas aumentou rapidamente em Kansai (Zona de Osaka) e Kanto( Tókio). Fazia uma sopa inconfundivelmente única. Havia decidido cozinhar a melhor sopa do Japão colocando este objetivo para o século XXI. Em vinte anos sua sopa se transformou na sopa mais amada do Japão. Essas pessoas usaram 20anos. Tem uma grande diferença em viver com um objetivo e uma imaginação clara do futuro ou viver sem idéia alguma de nada. A entidade dessa diferença se manifesta claramente entre 20 anos. Tem uma diferença enorme entre aqueles que viveram com uma idéia clara do futuro, como por exemplo, o tanto que querem viver, e aqueles que não fizeram. Concluindo, o Prof.Tonegawa sustenta que para entrar no mundo dos 7.5HZ devem-se aplicar estes dois métodos. 1- Lembrar-se de eventos agradáveis e 2 – Imaginar o futuro desejado.. Este comportamento é como praticar uma fé, porque se trata de olhar o próprio coração para pintar o desenho do próprio futuro. Porem uma fé assim seria inútil se pedisse a um Deus que concedesse ajuda. Por que isso não tem nada a ver com a freqüência de 7.5Hz. O prof. Tonegawa disse que o melhor comportamento na fé é refletir para lembrar eventos felizes e alegres e imaginar um futuro desejável. Os membros da Gakkai praticam esta fé. Todos os dias praticam isto na frente do Gohonzon. O Gohonzon não é para eles um deus ou Buda para adorar. Trata-se deles mesmos. Neste ponto a Soka Gakkai se distingue muito de outras comunidades religiosas. Algumas dizem que se orar com toda concentração, os caracteres se moverão, ou poderá ouvir a voz do Buda. Essas afirmações vão contra o bom senso e a ciência. Não serão os caracteres que se movem, mas os olhos dos fieis. Nenhuma estátua do Buda de madeira ou metal começou a falar. Se alguém ouviu uma voz, deve ter imaginado. Enfim conta somente como você está trabalhando seu cérebro. Como sintonizá-lo com a freqüência do Universo. Não adianta praticar religiões ocultas , onde se movem caracteres ou estátuas falam. Também não adianta mudar o aspecto do próprio corpo através de métodos supersticiosos para superar o carma negativo e se transformar em pessoas felizes. O que serve para ser feliz é preocupar-se ativamente e concretamente em mover as ondas cerebrais para um estado ótimo. Os membros da Soka Gakkai fazem isso todos os dias. A prática da fé corresponde ao pensamento do Prof. Tonegawa. Os seus pensamentos baseiam-se sob o ponto de vista de um cientista, um físico.
Agora gostaria de colocar como o coração pode ser visto do ponto de vista da psicologia.

II - Do ponto de vista da psicologia:

A psicologia é a ciência que estuda a profundidade do coração humano. Discerne o plano do consciente e inconsciente. A psicologia estuda o mundo inconsciente. Mesmo a religião estuda esse campo por se preocupar com a profundidade do coração. Sobre a psicologia existem vários discursos acadêmicos. As religiões não são muito bem vistas na sociedade porque existem muitas e, algumas delas são duvidosas e desonestas. Por isso convém abraçar religiões que sejam reconhecidas pela ciência, pela psicologia. No mundo todo uma religião que é reconhecida publicamente pela psicologia moderna é o budismo praticado pela Soka Gakkai. Vou explicar por quê: A sociedade de psicologia dos Estados Unidos é uma comunidade cientifica que goza de grande prestigio e autoridade no mundo todo. É composta por selecionados Premio Nobel, professores universitários e psicólogos. É a primeira associação cientifica do mundo, cujos membros são somente 300 selecionados entre os melhores cientistas e estudiosos. Por ocasião da assembléia geral de São Francisco (12 de agosto 1996) o presidente da comunidade o Professor Seligmann explicou: “O século 21 é a Era do coração. O coração é um objeto que vem sendo tratado pela religião e por nós, mas tem uma comunidade religiosa que é a única a tratá-lo como nós. E nós queremos colaborar com essa comunidade. A sua sede é no Japão e chama-se Soka Gakkai. Por isso queremos fazer do século 21 uma era em que a Soka Gakkai e nós, a sociedade de psicologia dos EUA, possam ser uma única coisa, Isto é o século da união destas duas realidades. “ Depois disso, no ano seguinte, ocorreu a assembléia geral de Chicago, na qual foram convidados alguns professores da Universidade Soka. Juntos começaram a estudar sobre o Gohonzon. Existem bons motivos pelos quais esta associação reconhece somente a Soka Gakkai. A psicologia e a religião estudam o coração, mas o pensamento de base não é o mesmo. A psicologia, que se ocupa da profundidade do coração humano, parte da convicção de que o homem é forte originalmente. O físico, Prof. Tonegawa, divide da mesma opinião, por que parte do pressuposto de que os seres humanos possuem a freqüência de 7.5Hz e podem então obter o estado vital mais alto. As pessoas têm força e capacidade extraordinária, mas por vários motivos estas dificilmente emergem. Quando se eliminam as causas destes impedimentos, se atinge o estado mais elevado, a vibração de 7.5Hz. O método é: lembrar de situações felizes e projetar o futuro com alegria. O ponto de vista da religião é diferente. Existem varias religiões como o cristianismo, islamismo, por exemplo, que tem uma idéia muito clara dos seres humanos. Ensinam que os homens são fracos, seres minúsculos e impotentes. Por esse motivo a sua fraqueza necessita de uma existência potente. O deus é considerado uma entidade grandiosa e absoluta. Assim o objeto de culto de quase todas as religiões é fora dos seres humanos. Deus é o objeto de culto e é perfeito. Os homens podem aproximar-se de Deus, mas não se transformar em Deus. Podem rezar pedindo a sua misericórdia e perdão, esperar a salvação e o conforto. Às vezes, no budismo se encontra este mesmo comportamento, O Buda Nara, no Japão, é a maior estátua do Buda do mundo, se trata de Sakyamuni. Quanto mais as pessoas se aproximam da estátua maior ela fica, mais colossal e menor fica o ser humano. Como se quisesse dizer : Os homens são pequenos e o Buda é grande. Parece tão grande e solene que poderíamos pedir ajuda. O objeto de culto das escolas Nembutsu, Jodo e verdadeira Jodo, é o Buda Amida. É um Buda estranho que não vive neste mundo, mas numa terra pura. Os padres da escola Nembutsu, Shinran e Honen, dizem que nós humanos podemos ser felizes somente quando renascermos na terra em que vive o Buda Amida. A terra que vivemos agora seria impura, por isso não serve de nada esforçar-se. Nos aconselham a recitar Nam-Amida-Butsu para renascer no paraíso da terra pura Jodo. O Buda Amida viaja sentado numa nuvem. Vamos raciocinar: As nuvens são compostas de vapores aquosos, então essa historia é obviamente inventada. Não existem provas que exista um paraíso numa terra pura. Ninguém nunca encontrou o Buda Amida. Mesmo a escola do budismo Shingon é uma religião estranha. O objeto de culto deles é o Buda Dainishi. Ele é forte por que é transparente. Se diz que ele protege as pessoas quando as pessoas se movem através do tempo e do espaço, dirigem carros, etc. O monte Narita na prefeitura de Chiba é a Meca da escola Shingon. Por esse motivo em muitos carros no Japão, o amuleto é o Monte Narita, para proteção contra acidentes de carros. A estatística mostra que a maior parte dos acidentes de carro acontece na prefeitura de Chiba. Esta é mesmo uma historia estranha. A segunda cidade que mais possui acidentes rodoviários é Kawasaki, prefeitura de Kanagawa . Ali se encontra o templo da escola Shingon.
A fé da comunidade religiosa Soka Gakkai é muito diferente. Não se busca objeto oculto fora de si mesmo. O objetivo da prática está na observação e na fortificação de si mesmo. Esforçam para abrir o próprio potencial. Procuram extrair a força do Buda (energia vital) e das funções protetoras de dentro de nós mesmos.
Sob este ponto a Soka Gakkai concorda totalmente com a Sociedade de psicologia dos Estados Unidos. O ensinamento da psicologia é claro e facilmente compreensível.



Segundo a psicologia podemos comparar o coração com uma casa que tem seis andares acima da terra e três subterrâneos . Nove andares no total. Os seis andares acima da terra fazem parte dos extratos conscientes e os três subterrâneos do inconsciente. O mundo invisível do inconsciente tem um papel determinante na nossa vida. Visto que a nossa sorte ou azar vêm determinados pelo modo como construímos estes extratos na profundidade de nossa vida, a psicologia já explicou precisamente esta parte do nosso coração. Mesmo que a gente fale sempre de coração, na realidade trata-se do funcionamento do nosso cérebro, como explica o Prof. Tonegawa. Os estados do coração sobre os quais a psicologia focou são os seguintes:
O primeiro andar subterrâneo é o lugar mais próximo aos extratos da consciência. Na psicologia essa parte é chamada inconsciente individual. O segundo andar tem um espaço maior é chamado de inconsciente coletivo. O terceiro andar é o mais longe da consciência, isto é no fundo dos extratos do inconsciente. Na psicologia usa-se “EU”.
O inconsciente individual delineia as características particulares de uma pessoa, ele é sustentado pelo extrato do inconsciente coletivo. Este segundo extrato é muito importante. Nele se encontra o depósito de todos nossos pensamentos e convicções.. Nesta grande sala, que está no nosso cérebro, estão memorizados todos os acontecimentos passados da nossa vida. Tudo o que nós vimos, ouvimos é esquecido sem nenhuma exceção. Por exemplo: Ninguém, se lembra hoje o que fez há quinze anos, a menos que este dia não fosse o aniversario ou dia do casamento. A nossa memória perde em evento atrás do outro, mas o inconsciente coletivo, no segundo andar subterrâneo, memoriza tudo, mesmo os eventos esquecidos por nós. E não só as nossas memórias, mas as idéias e convicções dos nossos pais, avos, antepassados, até mesmo os que viveram milhares de anos, atrás. A palavra moderna para este fenômeno é fator genético. São heranças dos nossos descendentes. Então a psicologia sustenta que a vida de uma pessoa depende do estado do segundo extrato do subterrâneo – o inconsciente coletivo - Com este extrato, Deus ou Buda não tem nada a haver. Este extrato decide a vida de uma pessoa. O psiquiatra suíço Jung explorou o inconsciente coletivo e graças a essa descoberta ela faz parte dos 3 maiores descobridores do mundo. Os outros dois são Newton, que descobriu a lei da gravidade universal e Galileu que descobriu os movimentos da terra através da sua teoria heliocêntrica. O Prof. Jung por sua vez, descobriu que as mudanças na vida de uma pessoa são influenciadas fortemente pelo inconsciente coletivo. Dividiu as mudanças da vida nas seguintes categorias :

1-      Simpatia e antipatia em relação às pessoas que se encontra;

2-      Que tipos de acidentes, doenças se passará, e quando se morre;

3-      Valor e sentido para a própria vida;

Existem pessoas que nos são simpáticas desde o primeiro momento que encontramos, e algumas nutrimos antipatia mesmo sem motivo. Isso acontece porque adotamos o modelo 1, imagem de nosso antepassado, que quem sabe morreu com o pensamento de não perdoar nunca essa pessoa. Por outro lado adotamos também, imagem nas quais nossos antepassados foram tratados com amor e doçura, assim o encontro com outros resulta mais agradável antes mesmo de falar. Este encontro pode se tornar uma amizade. No encontro homem mulher pode acontecer o fenômeno da paixão fulminante. Havia um deputado na prefeitura de Tochigi chamado Funada, era uma pessoa muito capaz, estava cotado para ser o próximo candidato a ministro. Tinha uma esplendida família e uma mulher maravilhosa. Seus ajudantes para a eleição estavam contentíssimos com ele e não tinham nada para criticar. Encontrou uma delegada no parlamento, senhora Hata, jogou tudo fora por ela, deixou sua família para poder viver com ela, este caso entrou para a historia política como “paraíso perdido”. Ambos perderam as eleições e foram viver em um apartamento de aluguel. O encontro entre eles foi tão forte que sacrificaram tudo. Este é o poder do inconsciente coletivo. Assim aconteceu também com um homem que desapareceu depois de ter encontrado uma garçonete que tocou seu inconsciente. Isso não vale somente para os homens, mas também para as mulheres. Elas também são capazes de deixar tudo por uma escapadinha. O inconsciente coletivo influencia também o modo de viver acidentes. Algumas pessoas vivem muitos, outros quase nada. Isso também é um tema discutido pela psicologia. Um cientista estudou o passado da família de um homem que viveu muitos acidentes, e descobriu que também seus antepassados sofreram freqüentes acidentes. O psiquiatra estudou os antepassados daquele homem ate chegar a era EDO. Os seus antepassados freqüentemente morriam de acidentes, caindo do cavalo, etc.. Na era seguinte, MEJI, alguns antepassados morreram caindo do Jinrikisha (um meio de transporte) ou atropelados por um veiculo a vapor. Assim o psiquiatra descobriu que muitos dos antepassados foram mortos por veículos e nosso homem havia adotado o inconsciente coletivo da família. A mesma coisa vale para as doenças. Acontece freqüentemente que os membros de uma família e seus antepassados morrem pela mesma doença. Segundo as estatísticas baseadas num estudo de ao menos dez gerações, os antepassados das pessoas em questão morreram mais ou menos com a mesma idade. Mesmo em caso de divórcios observou-se que alguns antepassados da mesma família haviam divorciado o mesmo período após o casamento. A psicologia demonstrou que as pessoas agem segundo o mundo do inconsciente coletivo. Logo não se pode contar com as palavras ou ameaças de algumas religiões. Nem talismãs ou amuletos podem nos proteger. Neste caso nosso inconsciente coletivo se programou de modo a nos enganar facilmente. A psicologia descobriu tudo isso que está na esfera coletiva, no segundo andar do subterrâneo. Que doenças podem chegar quem se encontra, quando se morre. Nada acontece por acaso. Isso vale também para o resto da nossa vida. Suponhamos que uma pessoa diga que fez um grande esforço para entrar na melhor universidade de medicina de Tókio. Olhamos a vida de seus antepassados, descobrimos que muitos deles foram médicos. Quando tentamos viver contra o inconsciente coletivo adotado pelos nossos antepassados as coisas não funcionam muito bem. Por exemplo, um estudante que nas provas preliminares de vestibular obteve resultados tão bons que estava seguro quase 100% que havia passado. No dia da prova final teve um acidente ou ficou doente e então não conseguiu. Como se seu inconsciente coletivo tivesse sugerido que ele não podia, que não era a sua estrada. Seu inconsciente estava numa outra direção. Este é o resultado dos estudos da psicologia. O Prof. Jung que descobriu esta parte coletiva do inconsciente, mais tarde adoeceu de esquizofrenia. Foi tratado pelos próprios alunos no hospital, mas os esforços foram em vão. Muitos antepassados do professor morreram de doenças assim. O inconsciente coletivo de Jung havia desempenhado um papel fundamental. Ele refletiu longamente e constatou: O coletivo é terrível. Para uma pessoa normal a historia acaba aqui, mas a sua não; ele buscou uma maneira de modificar seu inconsciente e chegou ao terceiro andar do subterrâneo, fora do inconsciente coletivo. O EU. É a terceira parte do inconsciente. O mundo não é influenciado pelas tendências acumuladas no passado. Os pássaros migratórios, por exemplo, voam da Sibéria para Hokaido, evitando todos os obstáculos e riscos e não sabem nada de geografia e meteorologia. Eles possuem essa capacidade atingindo o Eu. Os salmões voltam ao lugar onde nasceram, sobem as correntes quentes e voltam sempre um pouco antes de encontrar aquelas frias. Mas enfim, como é o EU dos seres humanos? Os homens nascem originalmente dotados da melhor freqüência – 7.5Hz, o estado vital mais elevado. Estávamos num estado feliz e em total harmonia com o universo. Por que não se sabe, mas um dia mergulhamos no coletivo oprimente e triste, assim agora, a freqüência de 7.5 Hz parece inatingível. E crescendo fica cada vez mais difícil. O que impressiona é que a oscilação desta freqüência se manifesta no hemisfério direito do nosso cérebro . O hemisferio direito gere o mundo da gratidão e alegria. O EU funciona no hemisfério direito do cérebro. Ao esquerdo, pertencem a lamentação e o sofrimento. Quanto mais trabalhão hemisfério esquerdo, mais difícil encontrar o EU. O Prof Jung, que sofria da sua doença, concentrou-se sobre esse EU e desenvolveu seu método, exatamente como o Prof. Tonegawa. O prof. Jung desenvolveu o seguinte método: A capacidade humana funciona exclusivamente nos seis sentidos, ou seja, visão, audição, olfato, tato, paladar e... mente. Ele desenvolveu seu método através destes seis sentidos para encontrar o melhor lugar do Eu. O método consistia em usar os sentidos da visão, audição, e o hemisfério direito do cérebro. Pode-se acessar diretamente o terceiro nível com estas três ferramentas. Como? Inicialmente com os olhos. Observando alguma coisa, estimulando o nosso inconsciente. Os olhos têm um poder enorme para influenciar nosso inconsciente. Dependendo daquilo que vemos, muda o que emerge do nosso inconsciente. As crianças se alegram vendo brinquedos, nós adultos quando vemos dinheiro. A televisão tem uma enorme influência, nós sabemos. Dependendo do que vemos estimulamos o EU ou o coletivo. Se por algum motivo vemos só coisas desagradáveis, a expressão do nosso rosto fica do mesmo modo desagradável. Quando vemos continuamente coisas ruins, até nosso modo de caminhar muda, se influencia e a postura fica de alguém triste. (final P.V)
O que devemos olhar então ? Devemos olhar para o nosso EU. O melhor modo para se olhar o nosso Eu é através de escrituras. As coisas concretas não são boas porque emanam imagens claras e concretas de nós mesmos. Uma época se usava o espelho para observar o Eu. Isso não ajuda na psicologia, pois começaram os truques, as máscaras, e só se observava os defeitos. Para analisar o EU profundo é melhor olhar para escrituras. O objeto de culto da Soka Gakkai – Gohonzon – que está sendo estudado pela sociedade de psicologia dos Estados Unidos, é composto de caracteres. (1)
O Gohonzon também é composto de três níveis. Os caracteres Nam-Myoho-Rengue- Kyo no centro, representam o terceiro nível subterrâneo, ou seja, o EU. Ao redor estão os caracteres que simbolizam algumas personalidades, de Budas e Bodhsattvas até o Rei demônio e personalidades maldosas. Estes representam o segundo plano subterrâneo, o mundo do inconsciente coletivo. Nos quatro cantos do Gohonzon estão inscritos os quatro reis celestes. Estes representam o inconsciente individual do primeiro nível do subterrâneo, ou seja, as características do individuo. Os quatro reis celestes – Koumoku, Tamon, Zochou, Jikoku, significam ver, ouvir, não errar e proteger. O que a gente vê? Escuta? Não erra? Protege? As características pessoais de cada individuo. Por este motivo se deveria olhar o Gohonzon tridimensionalmente .. De frente na direção da profundidade de uma caverna, ou do alto de um imenso vale. Então deveríamos olhar o Gohonzon como se o Nam-Myoho-Rengue- Kyo no centro fosse perspectivamente mais em profundidade. Contemporaneamente recitar de modo melhor e mais profundo o estado do EU. Desta maneira a prática atinge outra força. Passamos agora ao ouvido: Os ouvidos também têm o poder maravilhoso de despertar nosso inconsciente. Experimentem sussurrar nos ouvidos de seu vizinho, “você tem uma cara estranha”. Com certeza o humor dele vai piorar mesmo sendo somente uma experiência. Quando escutamos alguma coisa no rádio, mesmo sabendo que é uma leitura de algum texto, podemos chorar ou rir, e isso acontece por que a voz no rádio estimulou nosso inconsciente. Cada um forma a imagem que quiser com essa voz.. É muito importante o que se ouve. As melhores coisas para o hemisfério direito do nosso cérebro são as coisas alegres e estimulantes. Esse hemisfério prefere ouvir palavras de gratidão. Quando uma pessoa escuta palavras de gratidão, seu hemisfério direito fica altamente ativo. O esquerdo nem reage, porque é o lugar das lamentações e dores. As pessoas ficam muito felizes com agradecimentos, porque ativam o hemisfério direito e se aproximam da freqüência de 7.5Hz. Neste modo as pessoas são mais alegres e leves. Nam-Myoho-Rengue- Kyo, inscrito no centro do Gohonzon, é uma frase indiana escrita em Kanji, (caracteres chineses). Na língua indiana, se diz: Nam-Sad-dharma- pundarika- sutram, que de forma abreviada quer dizer obrigado. Logo uma palavra de gratidão. Obviamente cada simples caractere tem um significado profundo, mas resumindo é obrigado. Porém, um obrigado milhões de vezes mais forte que um normal. Anos atrás um japonês de nome NITIREN definiu Nam Myo Ho Rengue Kyo como expressão da melhor vibração. Significa: “ Obrigado do fundo do meu coração” .

A FÉ COMO PRÁTICA

Com base em duas explicações, seja do ponto de vista da física, como da psicologia do Prof. Jung, podemos refletir sobre como deveria ser uma fé correta. Com esta base tem-se a conclusão que seria melhor, ou melhor, não há outro modo, que a fé praticada com o comportamento que vemos na Soka Gakkai. Porque o comportamento de lamento, que pede ajuda, tem só efeito negativo e se afasta cada vez mais das melhores vibrações da vida que temos à nossa disposição, por que ativa somente o hemisfério esquerdo. Precisamos ativar o hemisfério direito. E para tanto precisamos do comportamento da fé da gratidão que estimula o hemisfério direito. Aqueles que recitam o Nam-Myoho-Rengue- Kyo cotidianamente, como os membros da SGI, repetem continuamente a expressão da gratidão e estimulam o terceiro nível subterrâneo, o EU, um lugar cheio de felicidade.
Um recém nascido vive, sobretudo no mundo da gratidão e da alegria, isto é, no mundo da felicidade.
Este estado é a base dos sentimentos humanos. A freqüência de 7.5Hz é a vibração de base dos seres humanos. Repito o melhor modo pra fazer emergir esse estado é exprimir muitas vezes palavras de gratidão. Como e a quais coisas podemos agradecer para ativar a gratidão no melhor modo possível?

Existem três modos :
1-      Precisamos agradecer as coisas pelas quais devemos gratidão;

2-      Agradecer por aquilo que não nos evoca gratidão de forma nenhuma;

3-       Agradecer o futuro.

Orando deste modo nos sentiremos absolutamente fortes. De outro modo, pode acontecer que mesmo recitando uma hora de daimoku (NAM-MYOHO-RENGUE- KYO), com força, nos sentiremos cansados e acabados no final. (2)
Existem pessoas que de repente, no meio da recitação, sentem vontade de limpar o oratório, ou pior, que se levantam rápido como se tivessem lembrado de alguma coisa importante – começando a arrumar certas coisas, enquanto a boca recita daimoku, e depois voltam a sentar na frente do oratório, como se nada tivesse acontecido. Isso ocorre por que usam o hemisfério esquerdo para recitar. É indispensável usar o hemisfério direito para recitar. Já mencionei também que para se conseguir isso, precisa usar os olhos e os ouvidos para recitar. Usando o hemisfério direito será fácil recitar muito daimoku.

Vejamos como usar o hemisfério direito durante a recitação:

O primeiro grau da gratidão inclui a oração, por isso que temos que agradecer.

Não é bom orar deste jeito: “Por favor gohonzon, me ajude”. Isso é lamentação do hemisfério esquerdo do cérebro e faz parte do inconsciente coletivo. Em quase todas as religiões se ora assim. Temos que parar de fazer assim, ao contrario, lembrar tudo o que temos a agradecer, tipo esta coisa linda que me aconteceu, essa pessoa me apoiou, coisa, por coisa uma depois da outra, não importa quanto pequenas possam parecer, tornarão todas as lembranças positivas e agradeceremos por isso.
Podemos repetir várias vezes o mesmo tipo de agradecimento, nos sentiremos imediatamente melhores, por que estimulamos o hemisfério direito.
O segundo grau da oração da gratidão é aquilo que não nos causa gratidão. Por exemplo, se tiverem alguma doença, orem com profunda gratidão por essa doença: “Sou profundamente agradecido, pois dessa maneira poderei mudar meu carma definitivamente” . Recitar com esta compreensão até para os problemas do casamento, relacionamento com os filhos, problemas de relacionamento ou desemprego. Por todas as dores e sofrimentos agradecer deste modo.
Não devemos orar “Por favor Gohonzon, que eu possa curar minha doença, me ajude a ver isso ou aquilo.” Este tipo de oração que suplicamos a graça não ajuda, pois nasce da lamentação . A oração durante a recitação do Daimoku deve nascer da gratidão. Assim se obterá resposta. Se tiverem uma vizinha antipática, recitem: “Obrigada, vizinha, de coração.”, esse comportamento faz ultrapassar os limites do inconsciente coletivo que vem sendo passado de geração a geração, dizendo budísticamente, o seu próprio carma da suas gerações. Jung também confirmou que este comportamento é determinante.
Na terceira fase devemos agradecer nosso futuro. Precisamos imaginar o próprio futuro como desejamos. Formar essa imagem, até superar o problema atual que enfrentam que parece impossível de superar e duro de ultrapassar. Decidam dia, mês e ano que vão superar. Não importa se o seu médico disse que a sua doença não tem cura. Você vai decidir o dia, o mês e o ano que vai curar. Faça um passo à frente e recitem “a minha doença já foi curada”. Jung disse que ter um fato como já ocorrido é o mais eficaz. Diz-se que o presidente Ikeda já tem desenhado e pintado a Soka Gakkai daqui a 500 anos de maneira completa. E no seu coração já começou imaginar a Gakkai depois de 500 anos. Para concluir, vocês decidem quando querem encerrar o problema do sofrimento que passam com sua doença, ou casamento, ou filho. Enfim tudo. Escolham o dia exato, criem a imagem, formulem a oração já no passado, já aconteceu, e agradeçam por isso. Com este modo Jung curou sua esquizofrenia, agradecia a tudo, até aquilo que ainda não havia superado. Deste modo se pode realizar tudo sem dúvida, por que o lugar do Eu que se encontra no terceiro nível do inconsciente tem uma força imensa. Esta força se encontra na freqüência 7.5Hz. Quando se acrescentam poucas gotas de tinta vermelha num copo, a água interna fica toda vermelha. Mesmo trocando de copo a cor da água não muda. Fica vermelha mesmo trocando de copo muitas vezes. O mesmo vale para nosso inconsciente coletivo. Continuamos influenciados pelo segundo plano do subterrâneo da mente. Mas quando colocamos a água num copo maior cheio de água, tipo um balde, a cor vermelha será visível só por um momento, depois desaparecerá completamente por que se misturou com muita água limpa. O espaço do terceiro nível inconsciente, o EU, é como o balde grande. Imaginem uma piscina cheia de água. Nosso inconsciente coletivo pode ser o exemplo do copo de água com tinta vermelha. A cor não importa, o carma de cada um tem uma cor diferente. Bem, a cor desaparece quando se joga a água do copo na piscina. A cor existe ainda, mas não se vê, é insignificante, quase inexistente. O inconsciente coletivo que faz sofrer tanto uma pessoa foi destruído.
Por que as coisas acontecem quando se ora dessa maneira? O motivo é o EU que faz parte da vibração de 7.5Hz que pode influenciar com suas ondas até o EU de outra pessoa. A onda e a vibração da nossa vida são transmitidas aos outros. Isso vale para tudo, para os animais, para todas as relações humanas, sua vibração atinge a vibração do outro. Se orarem para o outro, a vida dele vai vibrar com a sua, todos os problemas de relação que fazem sofrer podem ser superados por este principio. Não tenham duvida. As pessoas mencionadas no começo deste estudo oraram desta maneira, são membros da Soka Gakkai. É suficiente que um membro da família comece a praticar. Suas vibrações chegarão aos outros membros da família e tudo começa a mudar cada vez mais, podemos ver e sentir. O sucesso destas pessoas é que não oravam pedindo a um Deus ou ao Buda. A fé destas pessoas nada tinha a ver com súplicas, pedindo ajuda ou lamentação. Isso faz parte do hemisfério esquerdo. Quando recitamos temos que usar o hemisfério direito do cérebro, para aproximar-nos da vibração de 7.5Hz que é nossa vibração inicial. Vamos fazer emergir simplesmente a vibração da nossa vida na origem. O Gohonzon existe com este objetivo e nós usamos nossos olhos e ouvidos para observar a nós mesmos. Deste modo não haverá oração sem resposta.