domingo, 15 de maio de 2011

RELAÇÃO COM A TEORIA DAS NOVE CONCIÊNCIAS

Pensamento

“A mente humana possui tanto o lado iluminado como o obscuro. Se ignorarmos essa escuridão, jamais reconheceremos a coragem daqueles que a romperam. Aqueles que compreendem que o bem e o mal em sua vida são unos, os que vencem o mal e fortalecem o bem inatos, são pessoas genuinamente corajosas”.

Daisaku Ikeda


RELAÇÃO COM A TEORIA DAS NOVE CONCIÊNCIAS


1ª TATO                      C                    S                             Pele
                                                             E
2ª PALADAR              I                      N                            Língua
                                                             T
3ª OLFATO                N                      I                             Nariz                            
                                                              D
4ª AUDIÇÃO              C                      O                           Ouvidos
                                                              S
5ª VISÃO                    O                                                    Olhos


Os cinco primeiros tipos de consciência são percepções sensoriais obtidas através dos órgãos dos sentidos.


6ª MENTE

O Poder de integrar os cinco sentidos e fazer um julgamento de forma abrangente.
Exemplo: Algo bonito, mas com um péssimo odor, naturalmente rejeitamos.


7ª MANAS

Esta representa o poder do pensamento. Ao invés de fazer julgamentos sobre as coisas percebidas pelos cinco sentidos, essa consciência procura encontrar ordem e leis dentro delas, à luz das experiências passadas e das circunstâncias externas. É característica exclusiva dos seres humanos.


8ª ALAYA

Significa repositório ou deposito, porque todas as experiências passadas – CARMAS – são depositadas aqui. Essa consciência está oculta nas profundezas da vida humana; é o inconsciente, descoberto por Sigmund Freud, através de suas análises dos sonhos. Esse repositório arquiva as impressões recebidas pela mente e, simultaneamente, produz novas ações mentais. Portanto todas as ações da vida, as quais ocorrem sob a lei da causalidade, surgem do domínio desta consciência, que permanece  durante as diversas existências, percorrendo o ciclo de nascimento e morte do indivíduo. A força de nossas ações depositadas como energia latente não diminui nem desaparece por si só.
Quando a pessoa encontra o estímulo apropriado, seu efeito aparecerá, invariavelmente.
As ações cármicas, positivas e negativas, continuarão a existir na ALAYA até que, ativadas por estímulos externos, manifestar-se-ão com os efeitos correspondentes. Assim, as ações do passado exercem influência na vida presente enquanto a vida presente formará por sua vez, o futuro.
A rigorosidade da lei causal é representada, simbolicamente, nas escrituras budistas através das figuras de Dosho e Domyo, dois mensageiros celestes que acompanham a pessoa desde o momento de seu nascimento e registram todas as suas ações sem esquecer o mínimo detalhe.
O grau do carma que a pessoa forma depende da força da intenção, do seu sentimento. 


9ª AMALA

Significa “imaculada”, embora a oitava consciência possa criar causas tanto boas com más, esta nona consciência, que se encontra na parte mais profunda da vida humana, é livre de todas as impurezas que o indivíduo possa trazer como resultado de suas ações em vidas passadas. Nitiren Daishonin elucidou que a nona consciência é o “eu” essencial que existe em todos nós; é o nosso eterno estado de Buda que se estende do passado sem começo ao infinito futuro. Por encontrar-se no nível mais profundo da vida humana, as manifestações dessa consciência podem alterar ou influenciar as demais positivamente. Neste ponto encontra-se a base da transformação do carma através da sincera prática budista.
A teoria das nove consciências é um tema complexo, mas muito interessante; foi desenvolvido pelo grande mestre Tient’ai da China que permite compreender vários aspectos da vida como a questão do carma e dos sofrimentos.
Acredito que, para compreendermos um princípio ou uma teoria budista, a melhor maneira seja procurarmos primeiro percebê-lo em nossa vida diária. Das nove consciências, as cinco primeiras são fáceis de entender, pois estão associadas às nossas percepções sensitivas: a visão, o tato, o paladar, a audição e o olfato. A sexta refere-se à nossa mente, que integra os cinco sentidos e realiza julgamentos relativamente simples com base em noções gerais. Ela procura encontrar a ordem e as leis valendo-se de experiências passadas e circunstâncias externas para fazer um julgamento. Nossas ações diárias são frutos do funcionamento integrado dessas seis consciências.
Associando-se à teoria dos dez mundos ou dez estados de vida, elas corresponderiam aos seis primeiros mundos ou seis caminhos: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade e Alegria.
Para melhor compreensão, poderia citar como exemplos as ações de abrir a torneira ou apagar a luz. Essas ações remontam a um conhecimento que adquirimos em algum momento, talvez na infância, em que ficou registrado que, se girarmos a torneira, sairá água, ou que a luz acenderá se apertarmos o interruptor. Sabemos distinguir cores, aromas, formas, sons e sabores porque tivemos experiências.
Todas essas informações ficam armazenadas e, sempre que necessário, são processadas em nossas mentes para que formulemos nossas ações. Em resumo, as seis primeiras consciências são como funções que se manifestam a todo instante em resposta às nossas atividades e necessidades humanas.
A mente é um assunto vasto e fascinante. Mesmo hoje, apesar de todo desenvolvimento tecnológico e científico, o funcionamento da mente humana é ainda um dos mistérios mais intrigantes e complexos a serem desvendados pela Ciência. E o budismo, muito antes do surgimento dos computadores, psicanalistas e psicólogos, já abordava esse assunto, elaborando uma teoria profunda para explicar várias questões relacionadas à vida e à felicidade das pessoas.
Quanto mais estudamos o budismo, mais reconhecemos a sua profundidade, e conforme compreendemos os princípios budistas e a relação que existe entre eles, passamos a enxergar nossa vida de uma perspectiva mais elevada e a entender as diversas circunstâncias de nosso dia-a-dia. A teoria das nove consciências é importante por explicar a origem de nossos sofrimentos, o que nos leva a agir de uma determinada maneira ou ter uma determinada reação diante dos acontecimentos do cotidiano, a influência das tendências cármicas na nossa vida, ou seja, tem tudo a ver com aquilo que somos.
Por meio dessa teoria, compreendemos melhor como o Nam-myoho-rengue-kyo age em nossa vida e como ele possibilita todas as pessoas a tornarem-se felizes, transformando tendências de vida negativas em positivas e realizando a revolução humana.
Ao iniciar a prática budista, geralmente os pontos que mais interessam às pessoas referem-se à morte, a Deus e ao carma. Principalmente as pessoas que abraçam outras crenças ocidentais têm certa resistência em aceitar que todos os sofrimentos da vida presente decorrem de causas feitas por ela mesma, nesta e em existências passadas. Primeiro, porque para muitos, a idéia de vida eterna é novidade; segundo, porque acostumaram a acreditar que sua vida era completamente guiada e determinada por fatores externos, como desígnios de um ser superior. Então, assumir a responsabilidade de todos os seus problemas é muitas vezes revoltante, por achar injusto ter de sofrer devido a algo que um “outro” fez no passado e de não se recordar de ter feito algo que mereça tal “castigo”. Muitas vezes nos pegamos com lamentações como: “Puxa, nós não merecemos passar por tudo isto que estamos passando. Ninguém merece passar por tanto sofrimento”. Se estivermos passando por qualquer tipo de problema é porque existe uma causa para isso em nossa vida. Enquanto não cortarmos a raiz do problema, ela sempre se manifestará. Por meio da consciência e da seriedade perante a vida, não permitimos ficar passivos, mesmo diante dos piores obstáculos. Pelo contrário, sentimos vontade de nos empenhar ainda mais para vencer tudo, porque sabemos que somos capazes.
A oitava consciência, alaya (em sânscrito), é o repositório do carma de todas as nossas existências, é onde ficam guardados todos os registros de nossas causas. Por essa razão, não adianta falar mal nem espernear. È claro que não nos recordamos de nada, mas tudo o que fizemos, falamos e pensamos, todas as causas feitas em nossa existência infinita em todos os seus ciclos de nascimento e morte estão marcadinhos ali. Nesse domínio, que se encontra nas profundezas insondáveis da nossa vida, milhões de registros de registros tanto bons como maus estão guardados e não podem ser transformados simplesmente por força do pensamento, por mais intenso que seja. Essa consciência corresponde ao estado de vida de Bodhisattva, que está constantemente em luta contra o mal interno por meio da prática pelo bem das outras pessoas. Somente quando rompemos as barreiras do egoísmo e dedicamos a vida aos outros é que podemos afetar verdadeiramente esta consciência alaya.
É na nona consciência, amala (em sânscrito)  que todas as pessoas se igualam. Nessa consciência, encontramos o estado imaculado de nossa vida, o estado de Buda, que todos possuem. É a que possibilita todos tornarem-se felizes, independentemente das diferenças que possam existir em todas as demais consciências.
Não só a oitava consciência, na qual estão todos os nossos registros de ações, mas a sétima, a mana (em sânscrito), que tem grande influencia em nossa vida. Esta consciência comanda nossas sensações e nossos preconceitos. É uma função do pensamento que opera por nossa própria iniciativa, independentemente das condições externas e está profundamente ligada ao nosso ego. Esta consciência corresponde aos estados de Erudição e Absorção pela sua propensão ao egoísmo, à arrogância e ao auto apego. Pode ser comparada ao que Freud definiu como inconsciente individual. Nessa consciência é que manifestamos, por exemplo, a maneira como concebemos um determinado fato ou como nos portamos diante de uma situação. É conhecida também como a consciência do “apego” e do “amor-próprio”. Associada à tendência cármica que se encontra na oitava consciência é a consciência mano que nos leva a reagir de determinado modo e que produzirá novas causas em nossas vidas. É um pouco complicado, mas é algo que podemos perceber se prestarmos atenção ao nosso redor. Por que para um determinado acontecimento às pessoas agem de maneiras distintas? É porque cada indivíduo tem uma maneira diferente de conceber aquele acontecimento em sua mente, cada um sente de maneira diferente e a reação é expressa de acorde com essa sensação. Posso citar um exemplo que acredito tenha acontecido com a maioria das pessoas: sentir uma antipatia imediata ou uma grande simpatia por alguém que acabamos de conhecer. Por que isso acontece, se nem sabemos como essa pessoa é? Essa é uma reação baseada em algo que está gravado nas profundezas da mente que remonta a algum outro momento da vida. Alguma informação previamente registrada em nossa vida, um preconceito, que nos informa que alguém com aquela característica ou nos fez sentir muito bem ou muito mal no passado e é isso que nos vem à tona. Essa sensação determina a maneira como iremos nos relacionar com essa pessoa. Essas coisas acontecem mesmo. São sensações que temos, mesmo sem saber a causa. Nossos medos e gostos, nossas escolhas e cismas, tudo é reflexo da associação entre as consciências manas e alaya que comandam as outras seis primeiras consciências. Estão no limiar entre a consciência e a subconsciência. Ela reflete em nossas ações, na forma de pensamentos, falas e atos, e são essas novas causas que produzirão novos efeitos, nesse ciclo interminável que interfere em nossa vida.
O pior de tudo é que, geralmente, se não procuramos elevar constantemente nosso estado de vida por meio da prática, essas ações são “puxadas” pelas nossas tendências negativas, e acabamos fazendo novas más causas e assim por diante. É como uma grande bola de neve. É necessário também termos consciência das nossas fraquezas e tendências negativas e da importância de procurarmos mudá-las. Não adianta meditar por horas ou orar, para depois sairmos por aí falando da vida dos outros ou sendo estúpidos ou arrogantes com as pessoas. Temos que desafiar na realização da prática sim, mas também temos de vencer as maldades que procuram desnortear nossa mente, e para isso precisamos de coragem e sabedoria para perceber nossos erros e corrigi-los, enfim, para realizar a própria revolução humana. Enquanto deixarmos que nossas tendências cármicas nos dominem, continuaremos errando sem perceber ou podemos chegar a ponto de não entendermos mais que aquilo que estamos fazendo está errado. Com essa consciência perturbada, toda a ação tem explicações e são razoáveis. Conseguimos encontrar lógica nas situações mais absurdas que a pessoa mesmo cria. A essa altura, totalmente tomada pelos estados mais baixos de vida, a pessoa jamais admitirá falhas de sua parte. Sempre culpará os outros pelos seus fracassos, subjugará os mais fracos e os manipulará como simples objetos, e estará permanentemente insatisfeito e arquitetando novos planos maquiavélicos para derrubar aqueles que considera uma ameaça para si com um ódio insaciável. São pessoas de natureza egocêntricas e corrompidas. Então fica muito claro que o mais importante é o que está em nosso coração, nossa fé e prática sincera, se estamos realmente buscando, a todo momento, nos desenvolver como seres humanos e se nosso objetivo é nos tornar um valor humano para a paz do mundo. As aparências podem enganar por algum tempo, mas a lei de causa e efeito é verdadeira e rigorosa e transparece em nossa vida, em nosso aspecto e em nossas atitudes claramente. Quando encontramos pessoas, que aos olhos de todos estão realizando sua prática regularmente, porém sua vida não apresenta uma mudança significativa mesmo após anos ou que, de tempos em tempos, vêem-se à volta dos mesmos problemas anteriores.
É porque talvez continuem alimentando alguma tendência negativa de sua vida que não conseguem reconhecer ou, mesmo percebendo, não conseguem desafiar e mudar. E essa tendência pode ser até algo simples e aparentemente inofensivo como a preguiça de acordar cedo, estudar, caminhar, ler, ou ainda uma característica de sua personalidade como fraqueza, timidez, avareza, ficar facilmente irado, irresponsabilidade, ansiedade, falta de coragem, insensatez, escapismo, insegurança, autocomiseração, apego, baixa auto-estima, irracionalidade, materialismo, sentimentalismo etc. Em pequenas doses e aliados a um senso comum, são aspectos que qualquer mortal comum manifesta vez ou outra. Contudo, caso se tornarem à característica principal de uma pessoa, podem arruinar a sua vida.
O que determina tudo isso são as nossas consciências, principalmente a sétima e a oitava, que aliam nossas sensações ao nosso repositório do carma e incidem sobre nossas atitudes. É por isso que esse assunto é muito interessante e importante, porque tem a ver com a nossa maneira de ser que está intimamente ligada com nossa atual condição de vida e , por tabela, com a futura.
Nossos pensamentos operam a partir dessas consciências, do nosso interior. Então nossa transformação também tem de se iniciar a partir do nosso interior. O budismo elucida a existência da nona, o nosso estado de vida imaculado de infinita sabedoria. Somente quando baseamos nossos pensamentos, palavras e ações sob a luz dessa nona consciência é que conseguimos direcionar nossa vida para verdadeira felicidade. Sob essa condição, todas as nossas características, até mesmo as citadas há pouco, podem ser transformadas em virtudes ou fatores positivos para nossa vida. É dessa forma que assumimos as rédeas de nosso futuro e que nos desatamos das amarras do carma. É isso que buscamos em nossa vida. Mas como alcançar essa nona consciência, se todos os nossos pensamentos e ações são influenciados pelas outras consciências?
A grande benevolência de Nitiren Daishonin é a reposta. Nitiren Daishonin revelou a essência do Sutra de Lotus, o Nam-myoho-rengue-kyo e inscreveu o Daí-Gohonzon justamente para que qualquer pessoa pudesse alcançar essa nona consciência que ele mesmo havia experimentado e manifestado. Entender que o Nam-myoho-rengue-kyo e o Gohonzon existem dentro de nós e que podemos transformar todas as circunstâncias negativas e viver plenamente é o ponto fundamental do Budismo de Nitiren Daishonin.
Em “Resposta a Dama Nitimyo”, Nitiren diz: “Nunca procure o Gohonzon em outros lugares. Ele somente pode habitar o coração das pessoas comuns como nós que abraçam o Sutra de Lotus e recitam o Nam-Myoho-rengue-kyo. O corpo é o palácio da nona consciência e a entidade que fundamentalmente reina sobre todas as funções espirituais do homem.” (As Escrituras de Nitirem Daishonin, vol. 1, pág. 325.) Essa frase expressa isso claramente. A felicidade ou infelicidade depende daquilo que está dentro de nós, ou seja, depende somente de nós. A maneira como buscamos essa felicidade é o que determinará o resultado, que será evidente em todos os aspectos de nossa vida. Enquanto procurarmos nossa felicidade em alguma coisa, algum lugar ou alguém, ficaremos vagando e patinando infinitamente em nossas ilusões projetadas pelas consciências ligadas ao nosso carma. Como foi dito há pouco, somente quando baseamos nossa vida no estado de Buda da nona consciência é que ela passa a ser direcionada para o caminho da verdadeira felicidade com total liberdade. É como uma luz forte que ilumina o trajeto totalmente escuro no qual até então percorríamos devagar tateando com medo, ansiedade, dúvida e hesitação.
Imbuir-se de coragem e sentar-se diante do Gohonzon (Objeto de devoção), e realizar o Gongyo(importante cerimônia diante do Buda Original – diante da nossa vida) e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo (Daimoku) é o primeiro passo para a nossa transformação e para a nossa felicidade, mas ainda não é tudo.
Nitiren Daishonin afirma que “não existe felicidade maior na vida do que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo” e Nitikan Shonin expressou que “as orações do devoto do Sutra de Lotus jamais ficam sem serem concretizadas” e isso sem dúvida é a grande verdade. Contudo, acredito que existem fatores importantes que condicionam a qualidade e o tempo para que os resultados de nossas orações surjam. A determinação, ou itinen (matéria que posteriormente mandarei), é algo que não pode faltar, pois é o que possibilita a transformação de todas as circunstâncias a nossa volta. Uma firme oração com a decisão de vencer qualquer obstáculo já é um grande passo para a vitória. A sinceridade e a seriedade também são fundamentais. As verdadeiras intenções, o que está em nosso coração é o que direciona a nossa mente e isso refletem em nossa vida como um todo.
O que se passa em nossa mente quando oramos?
Todas as contas para pagar, o barulho da televisão, a poeira sobre o móvel, a posição das velas, a hora, o telefone, ou realmente conseguimos ver a nossa vida refletida no Gohonzon e estamos decididos a nos dedicar pelo kossen-rufu (paz mundial). Não é porque oramos o Daimoku diante do Gohonzon que automaticamente conseguimos atingir a nossa consciência amala, o estado de Buda. É o itinen que abre esse caminho. É a firme determinação de vencer nossas fraquezas e dificuldades, de servir realmente para o bem das outras pessoas e da sociedade, que fará com que esse grandioso estado de vida que possuímos inerente se manifeste. É por meio dessa disposição que surgirão a sabedoria e a coragem para superar todas as questões. Com certeza, por meio desse itinen, podemos manifestar a grande sabedoria do Buda e enxergar a solução para todos os nossos problemas. Enquanto estamos presos às correntes do carma, é como se estivéssemos em meio a um caos, sem saber como sair e para onde ir. Quando manifestamos a sabedoria do Buda é como se nos elevássemos a um nível muito acima desse ambiente repleto de problemas e pudéssemos observar claramente todos os caminhos, todas as oportunidades e saídas.
Antigamente utilizava-se de maneira displicente o termo kyoti myogo (fusão da realidade e sabedoria) como se pudéssemos, a todo instante, realizar um Daimoku de profunda ligação com a Lei Mística que permeia todo o Universo, capaz de influenciar as três existências do passado, presente e futuro. Sem dúvida, acredito que todo o Daimoku realizado em nossa vida fica registrado positivamente como uma espécie de grande poupança que nos direciona para a felicidade. Mas nós só conseguimos recitar aquele Daimoku, capaz de mudar até mesmo nosso aspecto e nosso destino, num instante específico, quando nos encontramos em algum momento muito crítico ou decisivo.      Eu, pelo menos, sinto que aquele Daimoku que realizei quando minha vida estava em jogo, há um ano e meio, foi diferente de todos o que já havia recitado até então, e isso mudou muito a minha maneira de ser e de encarar a vida.


Bibliografia:

Livro: “Vida Um Enigma, uma Jóia Preciosa” Daisaku Ikeda
Terceira Civilização nº 328 Dezembro 1995.
Terceira Civilização nº420 e 421 – Agosto e Setembro 2003.

Pesquisado e organizado por:
Gracilene Maria Daniel de Souza